Manu Gavassi faz tributo a Rita Lee no Opinião

Manu Gavassi faz tributo a Rita Lee no Opinião

Cantora revisita o clássico disco "Fruto Proibido" (1975) e canta músicas recentes suas em breve turnê na capital gaúcha

Leticia Pasuch *

Manu Gavassi subiu ao palco do Opinião na noite deste domingo, 19

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Na noite de domingo, quem esteve no Opinião ouviu “Fruto Proibido” de uma artista e compositora paulistana, nascida no Bairro Vila Mariana e capricorniana. Não foi de Rita Lee, mas de Manu Gavassi. São 45 anos a separar as artistas que têm tanto em comum e, quase 50 anos após o disco que revolucionou o rock brasileiro, a turnê de Manu na capital gaúcha deixou claro que as letras de Rita Lee não envelhecem.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Povo, ela conta como viveu o projeto de forma afetiva e quase impulsiva. “Eu sabia que queria homenagear esse álbum em algum momento da minha carreira. Aí o time me convidou para o Acústico e foi a oportunidade perfeita, mas não sabia que iria me fazer tão bem”, revela. Os cabelos longos do aplique da cantora, junto com o figurino inteiramente de brechó, como contou durante o show, deram a cara dos anos 70 na sua performance.

A banda que acompanhava Manu no palco era inteiramente composta por mulheres: contava com Alana Ananias na bateria, Ana Karina Sebastião no baixo, Juliana Vieira e Mônica Agena no violão, Luanah Jones e Srta. Paola como vocal de apoio e Michelle Abu na percussão.

Manu convidou o público a “Dançar Para Não Dançar” na abertura do show que animaria o Opinião por uma hora. Após cantar a segunda canção, “Agora Só Falta Você”, deu boas-vindas ao público porto-alegrense. “Que forno é esse? Saudades de quando Porto Alegre fez frio”, brincou a cantora sobre o clima na capital. 
Também aproveitou para salientar a importância de Fruto Proibido na sua trajetória. “Além de ser um dos meus álbuns favoritos, é o álbum que mudou muita coisa na história da música brasileira, apenas”, diz a cantora sobre o vinil rosa divisor de águas na carreira de Rita Lee em 1975.

“Cartão Postal”, “Fruto Proibido” e “Esse Tal de Roque Enrow” também perpassam o setlist da apresentação de Manu, que, à essa altura, já saía do microfone e dançava pelo palco. “Bem-vindos à minha grande comunidade hippie”, anunciou a cantora ao cantar “O Toque”. Com os braços erguidos e balançando de um lado para o outro em sincronia, o público entoava os versos “Você é uma criança do universo / E tem tanto o direito de estar aqui”.

Quando Manu colocou na cabeça seu chapéu de Pirata reluzente com penas, todo mundo já sabia: Pirataria seria a próxima música. Em “Enquanto isso eu continuo no mar / A ver navios pra poder navegar”, a artista se agachou na beirada do palco fingindo avistar seus fãs, que foram à loucura. A energia da plateia acompanhava a das musicistas da banda. A bateria e a percussão deram o tom em “Luz del Fuego”.

Chega um momento mais delicado da performance. Manu senta em uma banqueta, pega seu violão e canta o clássico “Ovelha Negra”, quando as vozes das vocais Luanah e Paola dominaram. Ao fim da canção, Manu é ovacionada pelo público, que repete o nome da artista em coro.

Em “Mutantes”, Manu confessa, brincando: “Eu queria ter escrito essa música, mas acho que cheguei 40 anos atrasada”. Admitiu que estava se sentindo em casa, e pediu licença para  cantar hits do seu álbum “Gracinha” – como o que dá nome ao álbum e “(não te vejo meu)”, esse com voz e violão. Com uma única faixa de luz refletindo em si, era possível apenas ver a silhueta de Manu Gavassi no palco. A artista ainda inventou moda e apresentou uma nova versão de “Bossa Nossa” com arranjo diferenciado. O encerramento se deu com com “Lança Perfume”. 

A estudante Juliana Azevedo, de 21 anos, marcou presença no show vestida a caráter: com botas e blusa de mangas longas – que, segundo a fã, agregava Rita Lee e a fase atual de Manu Gavassi. “Quis botar uma blusa bem anos 70 e uma bota que me lembrou muito o começo da carreira da Manu, que sempre amou botas de caubói”.
Embora a maioria do público fosse jovem, o show também contava com admiradores como Nilda Barros, de 54 anos. A empresária, que levou seu companheiro Edmundo Barros, de 57 anos, passou a gostar de Manu desde sua participação no reality. “Soube que ela viria fazer o show em Porto Alegre e ia cantar Rita Lee, que também sou muito fã. Juntou o útil ao agradável. Amei o show, assistiria mil vezes”, diz.

A turnê, que passou por São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e em breve no Rio de Janeiro e Ribeirão Preto, está sendo libertadora para Manu. “Estou ganhando uma força que eu nem sabia que tinha”, reconhece.

* Supervisão de Luiz Gonzaga Lopes

 






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