Margaret Atwood celebra uso de "The Handmaid's Tale" como símbolo de protesto
Autora de livro que originou a série disse que é preciso atentar para que a ficção não se torne realidade
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"Estou muito satisfeita pelo fato de as pessoas serem capazes de usar essas vestimentas dessa maneira e terem causado um forte impacto", afirmou a canadense durante uma entrevista no centro cultural de Londres, o Southbank Center. Aquelas que vestiram a roupa das personagens de Atwood incluem um grupo de mulheres que, em junho, ficaram em frente ao Capitólio dos EUA em Washington para protestar contra a conta de saúde dos republicanos do Senado dos Estados Unidos.
Enquanto os ativistas trouxeram as figuras de ficção para a política moderna, Atwood disse que a série não foi alterada apesar das filmagens ocorridas durante a eleição do Trump no ano passado. "Os produtores acordaram no dia 9 de novembro e disseram: 'estamos agora em um programa diferente. Mesmo que nada na produção em si tenha mudado, ele seria enquadrado de maneira diferente", disse ela.
"The Handmaid's Tale" ganhou cinco prêmios Emmy em Los Angeles no mês passado, incluindo melhor série de drama, melhor atriz em série de drama e melhor atriz coadjuvante em série de drama. "Eu não acredito que você possa realmente prever o futuro, e nem acredito que haja apenas um futuro inevitável. Há uma série de futuros possíveis e como você age agora pode influenciar o que receberemos", afirmou ao público em Londres.
Atwood é conhecida por suas obras que mostram a obscuridade nas sociedades.Sua novela de 2003 "Oryx e Crake" traçou a destruição da Terra pelo aquecimento global, pandemias e engenharia genética. Ele chegou à livrarias pouco antes dos surtos mortais da SARS (síndrome respiratória aguda grave) e da gripe aviária. Já "Alias Grace" ganhará uma versão televisiva produzida pela Netflix.