Margaret Atwood celebra uso de "The Handmaid's Tale" como símbolo de protesto

Margaret Atwood celebra uso de "The Handmaid's Tale" como símbolo de protesto

Autora de livro que originou a série disse que é preciso atentar para que a ficção não se torne realidade

Correio do Povo

Autora trabalhou como produtora na elogiada série distópica

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A escritora Margaret Atwood, de 77 anos, vive um momento especial na carreira. Ao mesmo tempo em que se preocupa com os direitos das mulheres e minorias, ela celebra o uso de seus personagens literários como símbolo de protesto nos Estados Unidos, sobretudo com seu livro "The Handmaid's Tale" alcançando novas audiências através da série homônima estrelada por Elisabeth Moss. Mais de três décadas se passaram desde que seu romance distópico foi publicado pela primeira vez, mas só agora as capas vermelhas usadas por mulheres ficcionais forçadas a produzir bebês para casais de elite tornaram-se "um símbolo visual imediatamente reconhecível", conforme a autora.

"Estou muito satisfeita pelo fato de as pessoas serem capazes de usar essas vestimentas dessa maneira e terem causado um forte impacto", afirmou a canadense durante uma entrevista no centro cultural de Londres, o Southbank Center. Aquelas que vestiram a roupa das personagens de Atwood incluem um grupo de mulheres que, em junho, ficaram em frente ao Capitólio dos EUA em Washington para protestar contra a conta de saúde dos republicanos do Senado dos Estados Unidos.

Enquanto os ativistas trouxeram as figuras de ficção para a política moderna, Atwood disse que a série não foi alterada apesar das filmagens ocorridas durante a eleição do Trump no ano passado. "Os produtores acordaram no dia 9 de novembro e disseram: 'estamos agora em um programa diferente. Mesmo que nada na produção em si tenha mudado, ele seria enquadrado de maneira diferente", disse ela.

"The Handmaid's Tale" ganhou cinco prêmios Emmy em Los Angeles no mês passado, incluindo melhor série de drama, melhor atriz em série de drama e melhor atriz coadjuvante em série de drama. "Eu não acredito que você possa realmente prever o futuro, e nem acredito que haja apenas um futuro inevitável. Há uma série de futuros possíveis e como você age agora pode influenciar o que receberemos", afirmou ao público em Londres.

Atwood é conhecida por suas obras que mostram a obscuridade nas sociedades.Sua novela de 2003 "Oryx e Crake" traçou a destruição da Terra pelo aquecimento global, pandemias e engenharia genética. Ele chegou à livrarias pouco antes dos surtos mortais da SARS (síndrome respiratória aguda grave) e da gripe aviária. Já "Alias Grace" ganhará uma versão televisiva produzida pela Netflix.

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