Meryl Streep enfrenta críticas por relação e declarações sobre Harvey Weinstein

Meryl Streep enfrenta críticas por relação e declarações sobre Harvey Weinstein

Atriz é acusada de mentir sobre desconhecer em casos de assédio envolvendo o produtor

AFP

Cartazes com o dizer "Ela sabia" foram espalhados por Hollywood

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Ela começou o ano liderando o coro de repúdio de Hollywood contra o presidente Donald Trump, mas, 12 meses depois, Meryl Streep tornou-se um alvo de críticas. A atriz de 68 anos está sob fogo cruzado por causa de sua amizade e falas sobre a má conduta sexual de Harvey Weinstein, que passou a carreira abusando, perseguindo e intimidando mulheres. Ela trabalhou em vários filmes realizados pelo homem e se referiu a ele como "Deus" no Globo de Ouro de 2012. Na última terça-feira, diversos pôsteres mostrando a foto da artista ao lado do produtor, com a inscrição "Ela sabia" sobre seus olhos, apareceram pelas ruas de Los Angeles.

A atriz ganhou a cobiçada estátua do Oscar três vezes, mais recentemente em 2012, por seu papel como Margaret Thatcher em "A Dama de Ferro", longa produzido pela empresa de Weinstein. Contudo, foi o seu ativismo político, em vez de sua atuação, que a levaram às manchetes de jornais durante a última temporada de prêmios. Novamente, todos os olhos se voltaram para a atriz à medida que a controvérsia envolvendo o milionário teve início em outubro, mesmo mês em que ela disse estar "horrorizada" pelas notícias "vergonhosas" e afirmou não ter ideia sobre as alegações. Suas negativas sobre Weinstein provocaram a incredulidade, particularmente entre as ativistas do movimento nas mídias sociais #MeToo, que concluiu que aqueles mais próximos fizeram vista grossa sobre o comportamento do produtor.

Rose McGowan, uma das defensoras mais proeminentes da campanha e uma das vítimas de Weinstein, criticou os planos de atrizes de vestir preto no Globo de Ouro em uma manifestação contra assédios. "Atrizes como Meryl Streep, que tranquilamente trabalharam com o 'Porco Monstro', vão se vestir de preto no Globo de Ouro num protesto silencioso. Seu silêncio é o problema. Eu desprezo a sua hipocrisia", escreveu no Twitter. Como resposta, Meryl deu uma longa declaração ao Huffington Post afirmando que "não sabia sobre os crimes de Weinstein, nem nos anos 90, quando atacou Rose, ou nas décadas subsequentes, quando ele atacou outras".

A negação fez pouco para silenciar seus críticos e levaram aos cartazes espalhados na cidade das estrelas. Sabo, um artista de 49 anos, ex-marinho dos EUA, reivindicou a responsabilidade. Ele afirmou que havia concebido a campanha como uma retaliação contra Meryl por ela usar seu último filme, "The Post", como plataforma de ataque a Trump, que está enfrentando acusações de 16 mulheres que dizem terem sido abusadas pelo agora presidente. O escritor Ira Madison III escreveu em um comentário para o Daily Beast que as recusas de Streep eram verdadeiras, argumentando que as críticas a ela nada mais eram do que uma manifestação do sexismo inerente ao showbusiness.

"Aqui estamos, atacando uma mulher pelo que ela poderia, ou não, saber, quando todos parecem insistir que todos na indústria sabiam. Por que, então, George Clooney ou Brad Pitt não foram tão violentamente atacados como Streep? Por que não? Bob Weinstein, seu próprio irmão, que ficou relativamente ileso à queda de Harvey?", questionou. Sob o ar rarefeito do famoso letreito de Hollywood, o público parece menos disposto a dar a ela o benefício da dúvida.

O beijo da morte

O especialista em imagem e reputação de celebridades Jeetendr Sehdev solicita opiniões duas vezes por ano sobre atores a mais de dois mil adultos selecionados aleatoriamente em toda a América como parte de um estudo em andamento estabelecido em 2012. Ele disse que 58% dos entrevistados em outubro de 2017, ao serem questionados sobre respostas subsequentes à controvérsia de Weinstein, consideram-se "negativos em relação à antigamente adorada atriz". "As afirmações de Meryl de que ela não tinha conhecimento são ridículas e o beijo da morte de sua imagem em Hollywood", disse.

Sehdev acusou a artista de subestimar a inteligência do público e a coragem de colegas femininas que se manifestaram contra Weinstein, acrescentando que Clooney também teve dúvidas para se posicionar sobre o escândalo. "Streep precisa se desculpar com seus fãs por não contar a verdade. E talvez explicar mais quais as pressões que ela sentiu ao fazer uma declaração pública", disse. "Muitas pessoas assumem que Weinstein conversa com seus amigos íntimos para ver se eles poderiam falar em seu nome e tentar controlar os danos. Streep e Clooney fazem parte deste pacto?", questiona.

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