Morre o maestro Tulio Belardi, aos 89 anos
Natural de Buenos Aires, maestro foi naturalizado brasileiro, e atuou na Ospa por mais de 35 anos, tendo iniciado na Orquestra em 1970
publicidade
O maestro Tulio Belardi morreu na madrugada desta quarta-feira, 3 de abril, aos 89 anos, em Porto Alegre, deixando a esposa Silvia, familiares, amigos e colegas. Belardi nasceu em Buenos Aires, em 1935, e naturalizou-se brasileiro. Filho do músico Mario Belardi, seguiu os passos do pai e estudou violino. Realizou a sua formação como violinista e regente no Conservatório Universitário de Montevidéu (Uruguai) e no Teatro Colón (Argentina), tendo conduzido as principais orquestras de Brasil, Argentina, Uruguai, Colômbia e Venezuela.
Em 1970, a convite do maestro Pablo Komlós, mudou-se para Porto Alegre para atuar na Ospa, onde permaneceu até o ano de 2006. Na Fundação Ospa, desempenhou as mais variadas funções: músico, regente auxiliar de Komlós, professor e depois coordenador do Conservatório Pablo Komlós, regente do Coro Sinfônico, regente da Orquestra de Câmara, regente titular e diretor artístico.
Na tarde desta quarta-feira, a Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, instituição vinculada à Secretaria da Cultura do RS, emitiu nota lamentando o falecimento do maestro Tulio Belardi. "Ao longo de mais de 35 anos, Tulio deixou a sua marca na história da Ospa. Para sempre, será lembrado pelos colegas e pelo público por sua dedicação à música”.
O diretor artístico da Ospa Evandro Matté sublinhou a importância de Tulio como incentivador da ópera e do canto lírico: “Ele deu continuidade ao trabalho do maestro Pablo Komlós, que era outro apaixonado por ópera. Insistia no desenvolvimento da ópera e, por conta disso, muita coisa boa aconteceu em Porto Alegre”. O violinista da Ospa, Elsdor Lenhart, relembra os concertos regidos por Belardi com repertório dedicado ao tango, sempre lotados, além das apresentações no interior do RS. “Era muito popular, carismático e respeitado pelos músicos e o público”.
Em 2001, Tulio Belardi recebeu da Câmara de Porto Alegre o título de Cidadão Integração, em reconhecimento a sua contribuição para o desenvolvimento cultural e artístico de Porto Alegre. Em 2015, ao completar 80 anos, foi homenageado pela Ospa.
