Noite dos Museus traz cultura e movimento para as ruas de Porto Alegre

Noite dos Museus traz cultura e movimento para as ruas de Porto Alegre

Maratona Cultural ocorreu neste sábado, dia 7, com programação extensa até a meia noite nos quatro cantos da cidade

Correio do Povo

Noite dos Museus 2024

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Por Carolina Santos e Laura Copelli

O Noite dos Museus chegou em sua 8ª edição com grande estilo, e como sempre, movimentou as ruas de Porto Alegre. A animação do público foi contagiante e ficou claro que o povo da capital gaúcha ansiava pela maratona cultural, após as enchentes de maio, que acabou por impedir a realização do evento por duas vezes. O clima ajudou, havia uma grande preocupação com a chuva, que não aconteceu, a temperatura continuou amena por toda a noite, em um típica noite de verão. Para além dos locais culturais da cidade, as ruas do Centro Histórico se encheram de ambulantes, a rua Sete de Setembro, por exemplo, estava fechada e em cada centímetro havia uma barraca vendendo comida e bebidas.

Rodrigo Nascimento, organizador do evento, comentou como construir esta edição foi um desafio para produção do Noite dos Museus, “A gente já estava com tudo pronto, faltando apenas duas semanas, veio a enchente e tivemos que parar com tudo. Isso nos fez refletir muito sobre a realização da edição esse ano ainda”, disse. Entre os motivos, ele citou o investimento financeiro feito, o que dificulta a captação de recursos para uma nova data, porém a equipe do Noite, entendeu que o evento era necessário “para virar a página e começar 2025 outro astral” .

O evento, que aconteceu neste sábado, dia 7, e abriu 25 instituições para visitação, com acesso gratuito ao acervo desses espaços. Além disso, foram mais de 80 atrações artísticas, incluindo dois grandes palcos, um no Cais Embarcadero e outro na Praça da Alfândega. Este último teve como primeira atração o cortejo do bloco Maracatu Truvão, que foi trazendo o público para a frente do palco. Mais para o final da noite, por volta das 21h, o local já havia se transformando, com uma multidão entusiasmada com os shows da noite, entre eles estiveram as apresentações de Funkalister, Sopre Suas Feras, Clarissa Ferreira e Banda, Guará e Edu K e Banda.

No Clube do Comércio a exposição “Grande Sertões”, com curadoria da própria artista, Graça Craidy e que retrata, em 52 obras, os principais personagens, a flora e a fauna do romance Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, recebeu um bom público. Além disso, os ingressos para a visita mediada foram esgotados, ela contou com a participação da artista da mostra e contava a história do prédio, com seus vitrais detalhados e arquitetura de mais de 120 anos. A primeira apresentação no local foi a performance de dança “Engrenagem”, que mesmo cedo, teve bastante público e impressionou com sua inventividade ao misturar sapateado, música contemporânea e lasers.

O público se reuniu na Praça da Matriz, por volta das 19h, para apreciar a Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul, na esplanada em frente ao Memorial do Judiciário, que recebia filas para adentrar ao prédio, com suas três exposições: “50 do TJRS: desafios e conquistas”, “As Sedes do Tribunal de Justiça” e “Casando em um Palácio”. O prédio também recebeu algumas intervenções na fachada com projeções.

Apesar das filas, que marcaram a frente da maioria das instituições culturais, nenhuma se comparou à fila para adentrar o Palácio Piratini, que passava a Catedral Metropolitana e descia a lomba da rua Espírito Santo. Ao perguntar para o público qual era a maior motivação para a espera, a resposta foi unânime: curiosidade. As pessoas queriam muito explorar a sede do Poder Executivo e a residência oficial do governador do estado do Rio Grande do Sul. No local a única atração ocorreu às 18h30min, a peça teatral “Corra, que as Palhaças Vêm Aí!” e não havia nenhuma exposição.

Thays Prado se apresentou por volta das 20h na Pinacoteca Ruben Berta, em um show no pátio do espaço cultural, em que apresentou música do seu álbum “Falta de Jeito”. A exposição coletiva “Articulações” foi muito popular, a visita mediada contou a presença da artista Mariana Wartchow, “eu pude falar com o público sobre o processo do trabalho, eu trouxe cianotipias no papel e na cerâmica, então todo o processo de contar como é feito, como eu faço as escolhas que vem antes do trabalho”, comentou.

Na Cinemateca Capitólio a fila, também, era grande, ela foi necessária para a retirada de senhas, que se deu por ordem de chegada, as atrações envolveram dois curtas, a peça “Caio em Construção”, um documentário e a Sessão Maldita que teve início à meia noite. A visita mediada teve ingressos sobrando, então os interessados que estavam no local puderam aproveitar a oportunidade da mediação às exposições “Exposição permanente sobre a história do prédio” e “Acervo Caio Fernando de Abreu”.

Os shows no Mercado Público foram agitados e com uma grande quantidade de espectadores. Bibiana Petek, por volta das 21h, iniciou seu show com sua banda e fez o público dançar. A paulista Adriana, que está de passagem em Porto Alegre, acompanhou os shows do Mercado desde o começo do Noite, ela comentou como o momento estava maravilhoso, “acho incrível essa vida de volta à cidade, tô achando incrível ver tanta gente dentro do mercado”. O local recebeu uma única visita mediada às 18h, que teve os ingressos esgotados rapidamente.

O Paço Municipal, que abriga o Museu de Arte de Porto Alegre, recebeu muitas pessoas, o local tem em cartaz sete exposições, das mais variadas, com esculturas e pinturas nos mais diversos materiais. Apesar de não contar com nenhuma outra atração, as mostras foram suficientes para atrair a população.

No campus centro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul o movimento começou cedo. A entrada do Museu da UFRGS acumulava filas logo no início do evento às 18h30min e o limite de capacidade tornou a espera ainda maior. No estacionamento, ao lado do Museu, os visitantes se acumularam ao longo da noite para curtir os shows programados. Ao lado, também no campus, o Centro Cultural exibia as exposições “Bando de Barro Invade: 20 Anos”, “Transparência e Opacidade I: Fotografia” e “Ubuntu”. Apesar das inúmeras atrações, no Centro, a maior parte do público se reuniu para conferir as apresentações musicais que começaram ainda às 18h.

Estreante no roteiro, o Museu de Anatomia da UFCSPA, o MAUPoa, recebeu filas que ultrapassaram o portão da Instituição. Com limite de público estabelecido por espaço, os visitantes esperavam ansiosos para conferir o interior do local. Com auxílio de guias, boa parte dos espectadores tinha curiosidade para ver de perto as peças anatômicas catalogadas pelo MAUPoa. Outro destaque que motivava a fila extensa foram as atrações musicais que, às 19h30, trouxeram ao palco a Orquestra Villa-Lobos e convidados, fazendo com que o público sentasse até mesmo nas escadas para conferir o espetáculo.

O Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo não estava com exposições abertas. A programação se concentrou no pátio da Instituição, que recebeu três apresentações musicais das 18h30 às 21h30. Com o vasto tempo entre uma apresentação e outra, o público acabou se dissipando e muitos não entravam no local ao perceber que não havia mostras artísticas abertas ao público.

Na Praça do DMAE a movimentação se acumulava em frente ao palco montado na parte superior. Com projeções luminosas no prédio histórico, o palco montado no gramado recebeu atrações de Jazz que convidam o público a sentar pela grama com cangas e cadeiras de praia. Na Galeria de Arte do DMAE, a exposição “Marcas da Enchente” chamava a atenção dos espectadores com imagens projetadas em um grande telão. Também na praça, uma feira com bebidas, comidas e produtos artesanais. O comerciante Márcio relata que o público esteve muito receptivo durante todo o evento. “Pessoal tem sido super receptivo e animado, alavancou bastante as vendas”, completa.

Ponto final para grande parte da multidão, o Cais Embarcadero esteve com grande parte dos estabelecimentos e restaurantes abertos durante o evento. Por isso, os visitantes se aglomeravam em filas em frente aos containers de comidas rápidas em frente a Orla. No palco musical, a população aguardava ansiosa pela apresentação final que levou ao palco a cantora Cristal e o produtor musical Duda Raupp.

Rodrigo Nascimento já indicou que a 9ª edição está prevista para 17 de maio de 2025, “no entanto, a gente vai avaliar o comportamento do público”, comentou. Ele também apontou que talvez a organização trabalhe com duas Noites dos Museus no mesmo ano, porém no momento está tudo em uma fase de concepção.

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