O campo de batalha mudou. O que antes era um confronto a milhares de quilômetros de distância, escondido entre desertos e sombras, agora se aproxima de forma inquietante, está em casa, na sala de estar, no noticiário, nos corredores silenciosos do poder. “Lioness”, o envolvente thriller de espionagem criado por Taylor Sheridan, retorna com uma nova temporada e uma proposta ainda mais ousada: escancarar o preço de proteger uma nação enquanto se perde tudo o que ainda resta de si.
Talentosa e com forte presença em tela, Zoe Saldaña volta ao papel de Joe, a agente da CIA marcada por cicatrizes invisíveis, uma mulher endurecida por decisões impossíveis e cada vez mais consumida pelos sacrifícios pessoais que a liderança do programa Lioness exige. Ao lado dela, Nicole Kidman reprisa sua Kaitlyn Meade, estrategista fria, impenetrável por fora, mas à beira do colapso por dentro. A luta contra o terrorismo deixou de ser uma missão internacional para se tornar um labirinto doméstico em que os inimigos se camuflam sob rostos conhecidos e alianças frágeis. O jogo agora não tem regras claras. Cada passo pode ser o último.
Com a tensão explodindo por todos os lados, surge uma nova agente Lioness, recrutada para se infiltrar em uma ameaça que ninguém viu chegar, e que pode colocar em xeque tudo o que Joe, Kaitlyn e Byron (Michael Kelly) acreditavam saber sobre sua missão. A série mergulha mais fundo no conflito entre dever e identidade, entre patriotismo e sobrevivência, ampliando os dilemas éticos e emocionais que transformaram “Lioness” em um fenômeno.
Não se trata apenas de ação, espionagem e conspirações internacionais. Mas de pessoas que perdem pedaços de si cada vez que apertam o gatilho, que vivem à margem da moral para manter o caos do outro lado da linha. E mesmo quando vencem, perdem. É esse desconforto que faz da série algo maior do que um simples thriller: ela provoca, desafia e seduz com a intensidade com que desconstrói seus personagens.
Nos bastidores, a terceira temporada quase virou lenda urbana. Foram dez meses de silêncio desde o fim da segunda, até o anúncio oficial de renovação pelo Paramount+. A demora? Nada de crise criativa ou dúvidas sobre audiência, pelo contrário, Lioness bateu recordes no streaming e se tornou uma das produções mais vistas da plataforma. O atraso veio da vida real: a agenda abarrotada de Zoe Saldaña, agora também vencedora do Oscar, e a renegociação do contrato de Nicole Kidman, que exigiu, e obteve, os termos certos para seguir em frente. E tudo isso enquanto o mundo acompanhava o fim do casamento da marcante Nicole Kidman com Keith Urban, notícia que estourou exatamente na semana em que a série foi renovada. Coincidência cruel ou só mais uma prova de que nem mesmo fora das telas se escapa do drama?
Com produção de peso assinada por Taylor Sheridan, David C. Glasser, Zoe Saldaña, Nicole Kidman e outros nomes de alto calibre, “Lioness” não é apenas uma série, é um reflexo brutal de um mundo em que proteger a paz exige caminhar lado a lado com o caos. Morgan Freeman retorna, somando gravidade e autoridade ao elenco estelar, que conta ainda com Laysla De Oliveira, Genesis Rodriguez, Jill Wagner, LaMonica Garrett e outros rostos já conhecidos dos fãs.
A nova temporada começa a ser filmada este mês. E se o ritmo das anteriores serve de termômetro, o que vem por aí será mais denso, mais íntimo e mais implacável. Porque “Lioness” nunca foi sobre salvar o mundo, sempre foi sobre sobreviver a ele. E isso, convenhamos, é bem mais difícil.
As duas primeiras temporadas estão disponíveis no Paramount+ (Brasil) e na SkyShowtime (Portugal). Se ainda não viu, veja. Se já viu, prepare-se: o rugido está voltando e não dá para fingir que não ouviu.