“O Lobo de Wall Street” estreia em Porto Alegre

A capacidade que Martin Scorsese tem para dirigir filmes intensos e polêmicos é inesgotável. Com “O Lobo de Wall Street”, Scorsese traz Leonardo DiCaprio como o corretor de valores Jordan Belfort, homem que aprendeu que o sexo e as drogas são os melhores companheiros dos corretores e subverteu o mercado financeiro ao vender ações fora do pregão, e que foi condenado por diversos crimes de colarinho branco nos anos 90, com sua Stratton Oakmont. Adaptado do livro de memórias de Jordan Belfort, que faz ponta no filme, como apresentador de uma palestra, o filme teve cinco indicações ao Oscar, incluindo Filme, Diretor e Ator.

Em duas horas e 59 minutos de duração, a obra nos leva em viagem alucinante por este lado B de Wall Street. Leonardo DiCaprio, Melhor Ator em Comédia/Musical no Globo de Ouro, nos presenteia com orgânicas camadas de interpretação distintas, desde o contido aspirante a corretor, quando ouve conselhos do corretor mais experiente Mark Hanna (Matthew McConaughey) e precisa entoar manta tribal, passando por inflamados discursos na empresa e um hilária cena de rastejo sob efeito da anfetamina Quaalude, quando a interação com Jonah Hill (Donnie Azoff) é perfeita. Polêmico, com cenas de orgias e até de arremesso de anões, o filme de Scorsese teve estreia vetada na Malásia e no Nepal e algumas cenas censuradas na Índia e no Líbano.