Obras do artista britânico Damien Hirst entre os grandes clássicos de museu em Roma

Obras do artista britânico Damien Hirst entre os grandes clássicos de museu em Roma

A exposição, batizada de "Archaeology Now", vai até o dia 7 de novembro

AFP

Obras de Damien Hirst estão entre os grandes clássicos de museu em Roma

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Na entrada suntuosa da Galleria Borghese em Roma, sob o olhar atento de bustos de César, a sandália gigante de Damien Hirst parece um pouco deslocada.

O sinal inconfundível de que esta não é uma escultura romana, mas sim uma obra do provocador artista britânico, é o rato de laboratório com uma grande orelha que sobe da ponta do pé.

O museu contém uma coleção espetacular de esculturas clássicas romanas, pinturas renascentistas e obras inestimáveis de grandes mestres italianos como Gian Lorenzo Bernini e Antonio Canova.

É neste cenário clássico que Hirst, há muito considerado um dos famosos "Jovens Artistas Britânicos", construiu um nicho para si e ficou conhecido por cortar uma vaca em duas e expô-la num tanque de formol.

Se muitas das esculturas de Hirst são totalmente modernas, outras se integram neste ambiente, graças ao uso de materiais tradicionais como o bronze ou o mármore Carrara.

"São obras totalmente desestabilizadoras, mas mesmo na coleção (permanente), há obras de beleza chocante, terrível e aterrorizante, como a beleza autêntica", explicou à AFP a curadora Anna Coliva. "É o lugar onde esta poesia (de Hirst) pode ser exaltada."

Dezenas de suas criações, a maioria de sua exposição de Veneza de 2017 "Treasures from the Wreck of the Unbelievable" (Tesouros do Naufrágio do Inacreditável), foram colocadas entre as obras expostas nas salas opulentas da Galeria Borghese. Sua imponente "Hydra e Kali" está do lado de fora.

Na entrada do museu, um bronze revestido de coral retrata um mergulhador sem cabeça. Perto dali, cinco personagens da Disney, no mesmo material, parecem ter sido encontrados recentemente no fundo do mar.

Em uma sala anexa, "Apollo e Daphne" de Bernini dividem espaço com três esculturas de Hirst retratando um homem e uma mulher acorrentados em vários estados de decomposição.

Mais adiante, a "Vênus vencedora" de Canova é ladeada por dois conjuntos de nus gregos de Hirst, em bronze e mármore rosa.

Em entrevista ao jornal italiano La Repubblica, Damien Hirst diz que fica "sem palavras" diante das obras de Bernini, mas avisa: "Não estou interessado em comparações".

"O mundo em que vivemos hoje é muito diferente daquele dos grandes mestres da Galleria Borghese. Hoje, ser artista é diferente."

A exposição, batizada de "Archaeology Now" (Arqueologia Agora), vai até o dia 7 de novembro.


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