Onda sul-coreana traz séries, filmes, documentários e reality shows

A indústria de entretenimento da Coreia do Sul vem mostrando o quanto é robusta quando se trata da realização de séries e filmes e realities, além, claro, da música com as bandas de K-pop. Este é o resultado do “Hallyu” (onda coreana) que vem sendo fomentado com investimento pesado do governo sul coreano, com a criação de um setor dedicado à cultura popular no Ministério da Cultura. O filme “Parasita”, ao ganhar o Oscar em 2021, foi a demonstração mais contundente desta potência cultural vinda do Leste da Ásia.

O ano de 2023 promete tornar essa onda ainda maior no Brasil e outros países. A Netflix anunciou sua intensa programação de conteúdos coreanos para este ano: 34 séries, além filmes e programas não roteirizados, incluindo produções originais e o retorno de algumas atrações. De acordo com a plataforma, mais de 60% de todos os assinantes escolheram assistir a conteúdos coreanos no ano passado. Na América Latina, onde a exibição desses conteúdos dobrou desde 2017, 85% dos assinantes optaram ver produções coreanas em 2022, com 13 títulos atingindo o “Top 10”. No Brasil, os assinantes viram, principalmente, “Uma Advogada Extraordinária”, “All of Us Are Dead”, “La Casa de Papel: Coreia”, “O Mar da Tranquilidade” e “Pretendente Surpresa”.

Desde o início deste ano, pelos menos um filme e sete séries entraram na plataforma. Para março, está prevista a segunda parte de “A Lição”, série com cenas fortes de violência e bullying sobre uma mulher que busca vingança pelo que sofreu no passado. Na semana de 2 de janeiro, a parte 1 de “A Lição” assumiu o topo da lista de séries em língua não inglesa mais assistidas, com 82,48 milhões de horas de visualizações. Nesta mesma linha de violência está “D.P Dog Day”, que retoma o elenco da primeira temporada para continuar perseguindo desertores, que sofreram assédios e violência física. Outro retorno é o da série “Sweet Home”, que revolucionou o gênero de monstros na Coreia.

A sobrevivência também é temática recorrente em várias séries coreanas que estrearão, como a luta contra os monstros nos dias sombrios de 1945 em “A Criatura de Gyeongseong”, ou as dificuldades no futuro distópico em “Black Knight”. Há ainda as batalhas para proteger Joseon durante a colonização japonesa em “Song of the Bandits”.
Mas o que os diretores e roteiristas coreanos sabem fazer como ninguém são tramas de romance e fantasia, como “O Tempo Traz Você pra Mim”, drama de lapso de tempo que gira em torno da história de JoonHip". Ela milagrosamente volta ao ano de 1998 e conhece um rapaz que se parece com seu falecido namorado. Outra atração é “Intensivão de Amor”, comédia sobre a relação entre uma mãe e um professor popular de matemática. Já “Doona!” traz a cantora e atriz Suzy interpretando um ídolo pop. A crítica social aparece em “Cães de Caça”, sobre jovens agiotas, e “Uma Dose Diária de Sol”, com Park Bo-young, que mostra uma enfermeira e seu trabalho na área da saúde metal. A longa lista de séries inclui “Behind your touch”, uma trama em uma vila rural entre uma veterinária e um detetive, além de “Destined With You” e “See You In My 19th Life”.

As séries não roteirizadas e os longas coreanos também cativaram o público da plataforma. O suspense de ação “Carter” foi um dos filmes em língua não inglesa mais assistidos em 2022, e o reality de namoro “Solteiros, Ilhados e Desesperados" continua no "Top 10" global de séries em língua não inglesa. Este ano, a Netflix vai lançar seis filmes coreanos, começando pelo suspense de ficção científica "Jung E", já disponível, sobre o uso de robôs para guerra e diversão. “Kill Boksoon”, que gira em torno de uma assassina profissional em conflito com o próprio instinto maternal, e “Believer 2”, a sequência do policial sobre o tráfico de drogas, foram anunciados. Estão previstos também “A Bailarina” e “Na Palma da Mão”.

Dois documentários integram os lançamentos: “Yellow Door: Looking for Director Bong’s Unreleased Short Film”, que acompanha a busca pelo primeiro filme do diretor Bong Joon-Ho (Parasita), e “Em Nome da Fé: Uma Traição Sagrada”, com relato de crimes reais cometidos por falsos Messias na Coreia do Sul. Para quem curte realities há “A Batalha dos 100”, que conta com a participação de 100 competidores, e “O Jogo do Diabo!, no qual, por uma semana os participantes lutam por um prêmio em dinheiro.