Os Fagundes lançam DVD no Acampamento Farroupilha
Neto, Bagre, Ernesto e Paulinho se apresentam neste domingo às 19h
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Reunindo música, dança, poesia e história, o espetáculo terá participação do Grupo Andanças e dos músicos Lucas Esvael (baixo), Ricardo Arenhaldt (bateria) e Samuca do Acordeom. No repertório, estarão canções como Cavaleiro da Paz, Prenda Minha, Céu, Sol, Sul, Terra e Cor, Querência Amada e Canto Alegretense.
O DVD foi gravado em 13 de setembro de 2013, no Auditório Araújo Vianna, com direção geral de Rene Goya Filho, da Estação Filmes. “Foi uma noite iluminada por Deus. Um encontro de família regado a muita música e emoção. O tio Nico subiu ao palco conosco pela última vez e emocionou os corações dos gaúchos de todas as querências”, lembra Neto Fagundes. Em entrevista ao Correio do Povo, Ernesto Fagundes fala da emoção de reviver Nico Fagundes no DVD e do show deste domingo.
Correio do Povo - Que emoção é esta de reviver Nico Fagundes e levá-lo ao Acampamento Farroupilha por meio do show do DVD "Os Fagundes ao Vivo"?
Ernesto Fagundes - A sensação é um misto de alegria pelo DVD que revive o tio Nico e uma emoção perto da tristeza por ter perdido o nosso parceiro e inspirador. Foi um primeiro semestre lindo com a Caravana Chamamecera na Itália, em março, mas mesmo assim sempre visitávamos o tio Nico e extraíamos aqueles ensinamentos maravilhosos. A gente tinha este registro em DVD. Mesmo baleado, o tio se manteve sempre trabalhando e produzindo. Este show foi pelos 30 anos do “Canto Alegretense”. Foram momentos de emoção, de chorar até virar barro. Reunimos um time de craques, como o Rene, que captou toda a emoção e energia nossa e da plateia que lotou o Araújo, com mais de 10 câmeras.
CP – Daria para dizer que este show foi um marco na história de Os Fagundes?
Ernesto – Este registro naquela nave espacial que é o Araújo Vianna, com a forma que foi captado, com as músicas que interpretamos, com este time de craques e por ser o último junto com o tio Nico nos coloca naquele patamar de uma música gaúcha universal, tipo como foi aquela apresentação do Buena Vista Social Club, no Carneggie Hall, em Nova Iorque. A gente sempre pregou a integração, da cultura do ser gaúcho e brasileiro e se alastrar para o mundo. Somos uma família que canta as origens para o mundo.
CP – E sobre este time de craques no DVD?
Ernesto – Foi tudo com muita qualidade. Desde o cenário do Marco Fronckowiak, o som do Silvinho Colling, a luz do André Domingues, até o sopro do Jorginho do Trompete em “Merceditas”, que nos remete também ao Buena Vista; o Jair Kobe que ajudou a popularizar a nossa música com o seu teatro, o seu humor do Guri de Uruguaiana. Enfim, foi qualidade, aliada à poesia e música de qualidade, com a emoção de ter o tio Nico junto com a gente.
CP – Para finalizar, como será tocar no local da maior festa tradicionalista do Estado, o Acampamento Farroupilha?
Ernesto – Tocar no Acampamento Farroupilha será uma maneira de levar o tio Nico para o lugar onde ele sempre gostou de estar. Ele vai estar lá com a gente, na hora do “Canto Alegretense”, de “Origens”, de “Galpão Crioulo” e de tantas outras músicas. O show vai ser muito emocionante. Somos urbanos, mas o campo é a nossa inspiração. Com a nossa arte, queremos mostrar a nossa cultura para os gaúchos e gaúchas de todas as querências, sem distinção de gênero, credo ou raça, como queria o tio Nico, pois esta é a obrigação do artista, do músico, do poeta.
