"Pão e Circo" reflete sobre o abandono paterno

"Pão e Circo" reflete sobre o abandono paterno

Espetáculo de Pedro Monteiro se inspira nos milhões de brasileiros que crescem sem o afeto do pai para criar, de forma poética, uma história sobre paixão, sonhos, memória e a importância dos vínculos familiare.

Correio do Povo

Atores Henrique Eduardo (esq), Pedro Monteiro (centro) e Osvaldo Mil (direita)

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Com direção de Isaac Bernat, o espetáculo "Pão e Circo" parte de um momento decisivo da carreira de um goleiro carioca para refletir sobre uma epidemia social silenciosa: o abandono paterno. Idealizada pelo ator e autor Pedro Monteiro, que assina a dramaturgia com Leonardo Bruno, a peça que estreia hoje pelo Sympla propõe uma reflexão sobre as consequências do abandono paterno e os sonhos que os filhos herdam dos pais. Com classificação etária livre e 35min de duração, segue até 3 de outubro, com apresentações de sextas a domingos, a partir das 18h, pelo Sympla. 

O que leva um atleta querido e campeão a decidir mudar o rumo de sua vida logo após uma partida histórica? Edu é um goleiro carioca, nascido e criado em Madureira, e titular do time Capela Futebol Clube. A história começa durante um jogo de decisão de campeonato e vai intercalar cenas da partida com outras que mostram a relação de um garoto e seu pai, um jogador de futebol. Um embate familiar vai mudar o rumo dos personagens. “A trama mostra a importância dos vínculos familiares no nosso processo de amadurecimento. Muito do que a gente ouve aos 10, 11, 12 anos de um pai, mãe ou professor, fica guardado para sempre. Ao mesmo tempo, queremos mostrar o processo de cura de alguém que foi abandonado pelo pai. A personagem da Gabriela Estevão é, ao mesmo tempo, narradora, psicóloga e consciência, que vai levantar questionamentos e levar dados jornalísticos para a história”, explica o diretor Isaac Bernat. "A gente optou por não focar nos motivos que levam um pai a abandonar seu filho, mas no que isso vai provocar em quem foi abandonado. E de que maneira é possível superar as dificuldades e nos reconectar com nossos sonhos e com a criança que a gente foi um dia”, acrescenta", acrescenta Leonardo Bruno. No elenco, estão Pedro Monteiro (Edu), Gabriela Estevão (narradora), Henrique Eduardo (jovem) e Osvaldo Mil (Júlio).

Mais de 5 milhões de brasileiros não têm o nome do pai na certidão de nascimento, e mais de 11 milhões de famílias são formadas por mães solo. O que esse abandono afetivo pode provocar na criança e no adolescente e que consequências deixa no adulto? “Neste espetáculo, quis trazer para o teatro um assunto relevante para a nossa sociedade: o papel do homem na criação dos filhos. E, para isso, optei por falar sobre a não criação. De que maneira essa lacuna influencia na vida do nosso personagem Edu? O pano de fundo da história é o futebol, uma paixão nacional, e um esporte que costuma criar vínculos fortes entre pais e filhos”, explica Pedro Monteiro, idealizador, coautor e protagonista do espetáculo.

 


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