Depois de três anos sem lançar nada, o espanhol Pedro Almodóvar volta aos cinemas com o filme mais íntimo da carreira. "Dor e Glória", o seu 21º longa como diretor, estreia nesta quinta-feira nas salas brasileiras logo após ter sido ovacionado e premiado no último Festival de Cannes.
Estrelada por Antonio Banderas e Penélope Cruz, a trama gira em torno de Salvador Mallo, um diretor de cinema em declínio que relembra a sua vida e carreira desde a sua infância. A partir de reencontros do cineasta - físicos e em memória -, o filme fala sobre a dificuldade de liderar a própria vida e sobre como as paixões trazem significado e esperança.
Intimidade
Almodóvar revelou que "Dor e Glória" foi um dos seus trabalhos mais íntimos e a produção foi um período de superação. "Precisava fazer isso. Tem sido uma espécie de bálsamo, estava preocupado pelas mesmas razões do protagonista. Não estava seguro de poder fazer fisicamente o próximo filme e tenho medo de não sentir a mesma paixão que senti até agora por contar histórias. O fato de ter feito o filme significa que superei esta incerteza momentaneamente", disse.
"A princípio, senti a vertigem de me expor demais. Sou cheio de pudores, não falo da minha vida íntima nem com meus amigos, mas assim que superei, virei um tema a mais. Mas em algumas cenas com a mãe eu lembro de tê-las escrito chorando", recordou o espanhol.
Escolha por Banderas
A escolha por Antonio Banderas estrelar o longa veio pela sintonia que a dupla construiu ao longo dos anos. "Era o mais legítimo, muitas coisas de que falo ele sabe em primeira mão. Entendeu que o que ia pedir era o contrário do que havia pedido até agora. Não era o Banderas apaixonado com esse brio e essa bravura características. Sua tessitura devia ser gestual, minúscula", disse.
O longa foi recebido calorosamente pela crítica e conquistou o prêmio de Melhor Ator pela atuação de Antonio Banderas no Festival de Cannes.
Confira o trailer:
Correio do Povo