Pela segunda vez, brasileiro Carlos Saldanha vai disputar o Oscar de melhor animação

Pela segunda vez, brasileiro Carlos Saldanha vai disputar o Oscar de melhor animação

Diretor de "O Touro Ferdinando”, produzido pela 20th Century Fox Animation, representa o país no prêmio

Correio do Povo

O Touro Ferdinando” é uma adaptação de um livro infantil de 1936

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Ser indicado ao Oscar é um reconhecimento enorme para quem trabalha na indústria cinematográfica. Se para os norte-americanos receber uma nomeação aos prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas é um feito importante, para quem é de fora de Hollywood, fazer parte da cerimônia é um acontecimento ainda mais notável. Em 2018, dois brasileiros representarão o país no evento mais importante do cinema mundial: o produtor Rodrigo Teixeira, de “Me Chame pelo Seu Nome” e o diretor Carlos Saldanha, de "O Touro Ferdinando ".

Quando os organizadores do evento anunciaram os nomeados a melhor animação, o cineasta Carlos Saldanha celebrou. Seu "O Touro Ferdinando", inspirado no na publicação “A História de Ferdinando” (1936), de Munro Leaf e Robert Lawson, é um dos finalistas da categoria. Com várias lições de moral, o filme conta a história de um touro gigante que, apesar de seu tamanho, é um animal pacífico. Em 2004, o carioca conquistou sua primeira nomeação ao Oscar com o curta animado "A Aventura Perdida", mas perdeu para a produção australiana "Harvie Krumpet".

O carioca abandonou a carreira de programador em 1991 e foi fazer um curso de animação em Nova Iorque, acompanhado da esposa. Depois, ingressou no mestrado em Artes e se especializou em animação digital na School of Visual Arts e logo arranjou emprego na produtora de animação Blue Sky. Depois de alguns anos fazendo vinhetas para comerciais e televisão, a empresa foi associada ao estúdio Fox. O brasileiro começou como supervisor de efeitos especiais no longa infantil "Passe de Mágica", de 1997. Ele também dirigiu o segundo e o terceiro filme de "A Era do Gelo" (2006 e 2009) e a franquia "Rio" (2011 e 2014).

“Me Chame Pelo Seu Nome”, um trabalho conjunto entre Itália, Estados Unidos, França e Brasil, teve um terço de seus custos financiado pela produtora de Teixeira, a RT Features. Apesar disso, por escolhas internas do estúdio, ele não está na lista dos que podem ser premiados pelo longa. O grupo inscrito para receber a estatueta de melhor filme, caso venha a vencer, é formado pelos produtores Peter Spear, Emilie Georges e Marco Morabito, além do diretor, o italiano Luca Guadagnino. Além da distinção principal, longa concorre ainda a melhor roteiro adaptado, melhor canção original (“Mystery of Love”) e melhor ator (Thimotée Chalamet).

Nascido no Rio de Janeiro, Teixeira, de 41 anos, consegue com esta obra sua primeira indicação ao Oscar. Ele ingressou no ramo na década de 1990, comprando direitos de adaptação de livros para as telonas. Seu primeiro longa foi “O Cheiro do Ralo”, de 2006, estrelada por Selton Mello. Internacionalmente fez sua estreia em “Frances Ha”, de 2013, protagonizado por Greta Gerwig, que neste ano concorre a uma estatueta de direção por "Lady Bird". Atualmente, ele está nos Estados Unidos trabalhando na pré-produção de "The Lighthouse", uma mistura de terror e fantasia com Robert Pattinson e Willem Dafoe no elenco.

Com produções 100% brasileiras, o país já concorreu ao Oscar seis vezes - quatro na categoria de melhor filme em língua estrangeira, e uma com a animação "O Menino e o Mundo" (em 2016). “Cidade de Deus" disputou em direção, montagem, roteiro adaptado e fotografia. Em coproduções, foram outras seis: a última havia sido pelo documentário "O Sal da Terra", feito em parceria com Itália e França. E o país também já esteve outr seis vezes representado por brasileiros que concorrem em produções estrangeiras, como é o caso de "O Touro Ferdinando".

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