Política e ativista Graça Machel abre hoje o Fronteiras do Pensamento

Política e ativista Graça Machel abre hoje o Fronteiras do Pensamento

Viúva de Nelson Mandela fala a partir das 19h45min, no Salão de Atos da Ufrgs

Correio do Povo

Graça Machel é a primeira conferencista do Fronteiras do Pensamento 2019

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Política e ativista pelos direitos humanos, Graça Machel, viúva de Nelson Mandela, espelha-se na própria trajetória para mudar outras vidas no continente africano. Graça defende ações em favor da educação de crianças e do empreendedorismo feminino. Ela abre o ciclo Fronteiras do Pensamento 2019, hoje, às 19h45min, no Salão de Atos da Ufrgs (Paulo Gama, 110), que neste ano tem como tema os “Sentidos da Vida”. Nascida em Moçambique em 1945, em uma aldeia pobre a 260 quilômetros da capital Maputo, Machel cursou filologia em Lisboa nos anos 1960, com bolsa de estudos. Voltou para o próprio país para ajudá-lo a se tornar independente das relações com Portugal.

"Eu venho de uma cultura em que, tradicionalmente, crianças são vistas como um presente, como nosso futuro. Então, sempre acreditei que é nossa responsabilidade como adultos dar às crianças um futuro que valha a pena viver. Eu me choco e me zango de ver como temos falhado vergonhosamente nesta missão", afirma ela, que viu como a guerra devastou a vida das crianças africanas. Dos conflitos, surgiu a determinação de proteger jovens vítimas através do mundo.

Graça foi professora e lutou, na década de 1970, com a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) durante a Luta Armada da Libertação Nacional. Em 1976, casou-se com o líder revolucionário Samora Machel, que se tornaria o primeiro presidente de Moçambique, sendo a ministra da Educação e Cultura de 1975 a 1989. A moçambicana milita em territórios pobres, carentes de investimentos e de atenção aos direitos das pessoas. Considerada uma das mais importantes ativistas africanas, tem como uma bandeira o fim dos casamentos prematuros, em que meninas, às vezes durante a infância, são submetidas a matrimônios forçados. Na luta por igualdade de gênero, ela cita as diferenças salariais entre homens e mulheres que ocupam mesmos cargos e casos de agressões e assassinatos de mulheres, cometidos por maridos, namorados e companheiros.

Após a morte do marido, em 1986, em acidente de avião, Graça seguiu com a atividade política e fundou a organização sem fins lucrativos Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade. Em 1990, foi nomeada pela ONU para o Estudo do Impacto dos Conflitos Armados na Infância, recebendo, em 1995, a Medalha Nansen. Acumula distinções, como o Prêmio Kora Lifetime Achievement, o World Prize for Integrated Development e a WHO Gold Medal, alta honraria da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em 1998, casou-se com o então presidente da África do Sul, Nelson Mandela. Defensora da valorização das comunidades, em 2010, fundou a Graça Machel Trust, organização que ajuda mulheres empreendedoras no continente africano. O trabalho tem como foco garantir a autonomia feminina. Em 2019, foi uma representante ativa pela recuperação de Moçambique após a passagem do ciclone Idai, que causou fortes ventos e inundações. Machel mobilizou as organizações internacionais para obter ajuda financeira e prestar assistência para os desabrigados.

Os outros convidados são Paul Auster (17 de junho), Roger Scruton (1º de julho), Denis Mukwege (19 de agosto), Janna Levin (2 de setembro), e Werner Herzog (23 de setembro), Contardo Calligaris (21 de outubro) e Luc Ferry (11 de novembro), nas próximas sete conferências até novembro. Mais detalhes das conferências e dos ingressos podem ser obtidos pelo . 


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