Prêmio Oceanos tem três gaúchos entre semifinalistas

Uma das mais importantes láureas da literatura de língua portuguesa divulgou nesta quinta-feira a lista de semifinalistas da edição 2015. A relação dos 63 indicados ao Prêmio Oceanos tem três nomes gaúchos. Estão na disputa pela distinção, Antônio Xerxenesky, com "F"; Luisa Geisler, com "Luzes de Emergência se Acenderão Automaticamente"; e Tailor Diniz, com "Em Linha Reta".

Xerxenesky é porto-alegrense, já participou do Prêmio Açorianos e publicou um artigo no jornal The New York Times sobre a reação brasileira à tragédia de Santa Maria. “F” é seu terceiro romance e relata os passos da assassina de aluguel Ana, contratada para matar ninguém menos do que o cineasta Orson Welles. Nas 240 páginas da obra, ambientada nos anos 1980, a personagem traça um perfil psicológico do americano através de sua cinematografia, desmembrando o cenário político-cultural do período.

Aos 24 anos, Luisa venceu duas vezes o Prêmio Sesc de Literatura: em 2011, ganhou na categoria contos, com “Contos de Mentira” e, em 2012, “Quiçá” foi vencedor na modalidade romance. Em “Luzes de Emergência se Acenderão Automaticamente”, seu terceiro livro, a autora conta a história de Henrique, um jovem introspectivo que leva uma vida normal nos subúrbios de Porto Alegre. Tudo muda no decorrer das 296 páginas, quando o melhor amigo do garoto, Gabriel, sofre um acidente e é hospitalizado em coma. Henrique então começa a escrever cartas em sequência ao amigo, sem saber o que o futuro lhe reserva.

Tailor Diniz é o mais experiente dos três gaúchos. Escritor e roteirista, o porto-alegrense foi vencedor do Prêmio Açorianos 2007 com “Transversais do tempo”, e seu curta “Terra Prometida” ganhou a distinção de Melhor Filme nos festivais de cinema de Gramado e Brasilia, em 2006. As 128 páginas de “Em Linha Reta” relatam a viagem da prostituta Sophia Antonelli para encontrar um cliente desconhecido, conduzida por um motorista. No desenvolver da história, o percurso da protagonista propõe reflexões sobre o real e o imaginário.

Sobre o prêmio
O "Oceanos" substituiu o "Prêmio Portugal Telecom” em junho deste ano, que ficou sem patrocínio após a Portugal Telecom ser vendida para uma operadora francesa. O Itaú Cultural assumiu então o projeto e articulou mundaças nas remurações dadas aos vencedores. Agora, o primeiro colocado ganha R$ 100 mil; o segundo, R$ 60 mil; o terceiro, R$ 40 mil e o quarto, R$ 30 mil.

Entre os semifinalistas, há dois portugueses (Valter Hugo Mãe e José Luis Peixoto), dois angolanos (Pepetela e Ondjaki) e 59 brasileiros. Na lista dos nacionais, Sérgio Capparelli, escritor mineiro que foi professor da UFGRS, concorre com "Viagem à Calábria"; o destaque fica para Chico Buarque, com a obra "O Irmão Alemão".

A premiação recebeu a inscrição de 664 obras, mas apenas 592 foram validadas. Elas foram avaliadas por um júri inicial composto por 100 especialistas em literatura, entre escritores, críticos, tradutores, ensaístas e professores da área, os quais escolheram, ainda, os 8 jurados que estarão nas próximas etapas do prêmio. São eles: Luiz Costa Lima, Eduardo Sterzi, Italo Moriconi, Sérgio Alcidez, Eliane Robert de Moraes, Eneida Maria de Souza, Regina Zilberman e Josélia Aguiar.

Os curadores Noemi Jaffe, Rodrigo Lacerda e Selma Caetano também votam. Os 12 finalistas serão anunciados em novembro e os vencedores serão conhecidos em dezembro.