Prada se desculpa após produtos gerarem acusações de racismo
Peças com figuras de macacos provocaram indignação por seus lábios exagerados, que lembram blackface
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"Gostaríamos de expressar nosso profundo arrependimento e desculpas sinceras pelos produtos 'Pradamalia' que foram ofensivos. Eles foram retirados do mercado e não serão vendidos", disse a Prada em um comunicado divulgado no domingo no Twitter. "No futuro, comprometemo-nos a melhorar nosso treinamento em diversidade e formaremos imediatamente um conselho consultivo para orientar nossos esforços em diversidade, inclusão e cultura", disse a marca. "Vamos aprender com isso e fazer melhor", acrescentou.
We are committed to creating products that celebrate the diverse fashion and beauty of cultures around the world. We’ve removed all Pradamalia products that were offensive from the market and are taking immediate steps to learn from this.
Full press release attached. pic.twitter.com/rKhnKjasDz — PRADA (@Prada) 16 de dezembro de 2018
O costume problemático do blackface remonta a 1830 e aos chamados "minstrel shows", quando artistas brancos cobriam seus rostos com pancake ou graxa de sapatos e desenhavam lábios exagerados, em uma caricatura de negros. Os estereótipos retratados - que os negros eram de alguma forma inferiores, ignorantes, preguiçosos e até mesmo animalescos - estimularam atitudes racistas por décadas.
O problema para a Prada começou com a vitrine de sua loja no Soho. Um advogado que passou pela loja disse que as figuras eram racistas em uma publicação no Facebook, e postou várias fotos dessas estatuetas controversas. No início, a empresa se defendeu, dizendo que sua "Pradamalia" eram "criaturas imaginárias que não pretendem ter qualquer referência no mundo real e certamente não no blackface".
Entretanto quando alguns consumidores pediram um boicote da marca, a Prada foi mais longe em seu pedido de desculpas. "A semelhança dos produtos com o blackface não foi de forma alguma intencional, mas reconhecemos que isso não justifica o dano que causaram", afirmou no domingo, acrescentando que investigaria como o produto problemático chegou ao mercado.