Protagonista de escândalo da Academia Sueca recorre de condenação por estupro

Protagonista de escândalo da Academia Sueca recorre de condenação por estupro

Tribunal considerou Arnault como culpado de uma das duas denúncias de agressão sexual

EFE

Sentença estabelece a pena mínima à qual Arnault poderia ser condenado

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O artista francês Jean-Claude Arnault, protagonista de um escândalo sexual, estopim da crise na Academia Sueca e no Nobel de Literatura, apresentou um recurso contra sua condenação a dois anos de prisão por estupro, em um tribunal de Estocolmo. De acordo com o jornal sueco "Aftonbladet", seu advogado, Björn Hurtig, apresentou a apelação nessa quinta-feira. A decisão do tribunal, divulgada na última segunda-feira, considerou Arnault culpado de um dos dois casos de estupro dos quais era acusado, ambos cometidos em 2011 e contra a mesma mulher.

Embora não haja provas físicas, o tribunal alega que as evidências apresentadas - declarações da denunciante e de sete testemunhas a quem ela relatou o caso, incluindo um psiquiatra - são suficientes para uma condenação. A sentença estabelece a pena mínima à qual Arnault poderia ser condenado, em relação aos três anos que a Promotoria pedia e à pena máxima de seis anos para este tipo de crime. Arnault, que nega as acusações, permanece em prisão preventiva desde a semana passada por ordem do tribunal.

A denunciante afirmou no julgamento que o artista, de 72 anos e marido da acadêmica e poetisa Katarina Frostenson, a obrigou a praticar sexo oral e a fazer sexo contra sua vontade em duas ocasiões, uma delas enquanto ela dormia. A Promotoria tinha encerrado em março parte da investigação preliminar, iniciada a partir das acusações de várias mulheres, que seriam 18 suspostas vítimas de abuso. O crime foi denunciado em um jornal sueco em novembro de 2017 de maneira anônima e indicava a participação de uma "personalidade cultural" muito próxima à Academia. Mais tarde, a pessoa foi identificada como Jean-Claude Arnault.  

A reportagem afirmava que Arnault tinha cometido abusos em seu clube literário e em propriedades da Academia, que após o escândalo cortou relações com o artista e iniciou uma auditoria, que concluiu que ele não tinha influenciado nas decisões sobre prêmios e colaborações.

Além disso, o "caso Arnault" gerou um conflito interno que nos últimos meses provocou a renúncia de oito acadêmicos. A Academia Sueca fez várias reformas e adiou o Nobel de Literatura deste ano, pela primeira vez em sete décadas, e por isso em 2019 serão entregues dois prêmios, medida justificada pela falta de confiança e pelo enfraquecimento da instituição.

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