Pussy Riots querem presidente Putin fora do poder na Rússia
Integrantes do grupo punk foram libertadas após acusação de vandalismo
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As duas jovens chegaram a Moscou na manhã desta sexta-feira e apresentaram seu projeto para defender os direitos dos presos em sua primeira entrevista coletiva desde que foram libertadas em 23 de dezembro passado. Elas também criticaram duramente o presidente russo.
"Em relação a Putin, nossa posição não mudou. Queremos continuar fazendo aquilo pelo que nos prenderam: queremos tirá-lo do poder", declarou Nadezhda Tolokonnikova em uma coletiva de imprensa junto com a outra libertada, Maria Alyokhina. A jovem música, de 24 anos, se referiu à "oração punk" contra Putin, que o grupo cantou em fevereiro de 2012 na catedral do Cristo Salvador.
As três foram acusadas de "vandalismo" e incitação ao ódio religioso e condenadas a dois anos de prisão, mas Samutsevich foi libertada em outubro de 2012, enquanto suas duas companheiras se beneficiaram esta semana de uma ampla anistia concedida pelo Kremlin.
Ex-agente da KGB e alto funcionário sem grande expressão, Putin teve uma ascensão meteórica e se tornou o símbolo da volta da Rússia à estabilidade após o caos dos anos que se seguiram à queda da União Soviética (URSS) e o fim do comunismo. Nomeado em agosto de 1999 primeiro-ministro por Boris Yeltsin, um presidente desacreditado e arruinado pelo alcoolismo, em um país empobrecido e debilitado pela crise financeira de 1998, Putin consolidou seu poder em níveis nunca vistos desde a era soviética.
Referindo-se uma vez mais ao atual presidente russo, Tolokonnikova declarou: "Penso que, de verdade, ele acredita que o Ocidente é uma ameaça para o nosso país". Alyokhina, de 25 anos, considerou que para Putin "sempre há conspirações, suspeitas". "Se uma pessoa tenta controlar tudo, cedo ou tarde o controle lhe escapa das mãos. Em primeiro lugar porque é impossível controlar tudo", advertiu.
Alguns interpretam estas três libertações como uma tentativa de melhorar a imagem da Rússia com vistas aos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em fevereiro de 2014. Ao contrário de Khodorkovsi, as duas jovens músicas pediram o boicote dos Jogos de Sochi, cidade situada no Cáucaso russo.