Quatro décadas em um álbum ao vivo
Pianista, compositor e produtor musical João Maldonado celebra 40 anos de carreira com disco ao vivo, em execuções do solo ao sexteto
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O pianista, compositor e produtor musical João Maldonado celebra os seus 40 anos de carreira com álbum instrumental gravado ao vivo. “João Maldonado – Oito” chega em todas as plataformas de streaming nesta sexta-feira. Além de composições próprias, o álbum traz releituras de sucessos do TNT, banda que Maldonado integrou no final dos anos 1980), Art Blakey & The Jazz Messengers e Wayne Shorter. “Ainda estou, e sempre estarei, em eterna construção e desconstrução para que todos os públicos possam sentir a minha música”, diz o pianista
Em 2019, o pianista João Maldonado lançou o primeiro álbum de jazz “Beauty”, vencedor do Prêmio Açorianos de Disco Instrumental do Ano. Em 2021, veio “Solitude”, com oito peças para piano que passeiam pelo estilo minimalista e pela música contemporânea. Agora, para celebrar 40 anos de carreira, ele retorna às plataformas de streaming com João Maldonado – 8, gravado ao vivo no Espaço 373 e no Butiá, trazendo oito músicas que contou com a participação de oito importantes nomes da cena gaúcha: além de Maldonado (piano), Miguel Tejera (baixo), Gian Becker (trompete), Amauri Iablonovski (sax alto) e Cristiano Ludwig e Diego Ferreira (sax tenor) e a trombonista japonesa Nana Sakomoto.
O repertório do álbum ao vivo inclui músicas de “Beauty”e Solitude, releituras de Nunca mais voltar (TNT), Little Man (Art Blakey & The Jazz Messengers) e Witch Hunt (Wayne Shorter). Canções que vão de duo a octeto, mostrando toda diversidade, improvisação e democracia que são característicos do jazz. “Gravar ‘Oito’ é um resgate da minha história com a música, que iniciou aos 18 anos, quando deixei a casa dos meus pais para tocar numa banda instrumental de Florianópolis, formada em sua maioria por homens mais velhos que tinham outras profissões. Fui praticamente adotado por eles. Depois retornei a Porto Alegre para entrar na segunda fase do TNT (final dos anos 1980); me mudei para o Chile, onde fui considerado o melhor guitarrista daquele país; retornei à Capital gaúcha e ao TNT, até que em 2019 resolvi construir meu nome. “Ainda estou, e sempre estarei, em eterna construção e desconstrução para que todos os públicos possam sentir a minha música”, diz Maldonado que teve como base para a música os seus quatro primeiros discos que ganhou de sua mãe na infância. “O primeiro era dos Três Porquinhos, que era amarelo, azul e vermelho; o segundo era do Topo Gigio, o terceiro era do Garibaldo e o quarto era dos Beatles, era um compacto em 48 rpm, que tinha duas músicas de cada lado. Tinha a antológica foto do calhambeque na capa. Tinha ‘P.S. I Love You’, Love me Do’, ‘Ticket to Ride’ e ‘I Feel Fine’”, conta Maldonado. Ele lembra também que a presença dos Beatles em sua vida começou com dois vizinhos do seu prédio, Mauro e Samuel Hauser, este com uma coleção enorme de Beatles, que parecia um paraíso para o jovem João. “Naquela época, eu cortava o meu cabelinho meio capacete tipo o George Harrison e a minha avó chegou ao cúmulo de costurar roupas iguais aos dos Beatles para mim e as minhas duas irmãs, porque eu desenhava uma guitarra de papelão para brincar de Beatles”, recorda.