“Que falta a chuva faz?” tematiza as consequências do alcoolismo

“Que falta a chuva faz?” tematiza as consequências do alcoolismo

Fenômeno natural é analogia para a vida da protagonista de "O ano em que não choveu", da escritora Jenny Rugeroni; filha de alcoólatra, que detalha os efeitos da codependência química na vida de mulheres

Correio do Povo

Obra dá voz aos familiares de dependentes químicos que abrem mão da própria vida e sonhos para se tornarem amparadores do ente querido.

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“O ano em que não choveu” prova que a ficção também é lugar de fala. As consequências do alcoolismo, como a codependência, ganham destaque neste drama contemporâneo da escritora Jenny Rugeroni, vencedora de mais de 30 prêmios literários. A obra dá voz aos familiares de dependentes químicos que abrem mão da própria vida e sonhos para se tornarem amparadores do ente querido.

Filha de pai alcoólatra e com longo histórico de relacionamentos devastados pelo álcool, a autora amarra as experiências pessoais à protagonista Lívia, que se descobre codependente. É por meio das revelações e aprendizados da personagem que o livro acolhe as mulheres que passam por situações semelhantes, e mostra que há como buscar ajuda, resgatar o amor próprio e construir relações saudáveis.

Lívia e Alexandre formam um casal aparentemente perfeito, com uma vida confortável no pé da Serra da Mantiqueira, interior de São Paulo. Mas uma crise enfrentada pelo filho adolescente traz à tona conflitos que ambos prefeririam ignorar. Tudo muda quando uma amiga orienta Lívia a procurar um grupo de apoio.
A estiagem de 2014 na região serve de analogia para o momento de angústias vivido pela protagonista. Enquanto a seca castigava o belo jardim da família, o marido tenta remediar conflitos internos com a bebida. Já Lívia reluta em aceitar as mudanças do corpo com a maturidade e se envolve em jogos de sedução no trabalho.

Jenny Rugeroni traz em suas obras um olhar mais humanizado sobre o cotidiano. Retrata a empregada doméstica, o trabalhador rural, a balconista da padaria, de forma lírica e realista ao mesmo tempo. Ela faz um convite para uma refletir sobre problemas sociais: desemprego, alcoolismo, gravidez na adolescência e machismo estrutural.

Sobre a autora: 
A paulistana Jenny Rugeroni é bancária, formada em Comércio Exterior e mãe de dois filhos. É autora dos romances “A Herdeira do Silêncio” e “Um Céu de Estrelas Curiosas”, além de diversos contos e crônicas de sucesso, entre eles os premiados “Identidade”, “Um passo no escuro”, “O crucifixo” e “A idade do exagero”. Publicou em 2020 a versão digital de “O ano em que não choveu”, que foi premiado pela União Brasileira de Escritores e em 2021ganhou uma versão impressa.

 


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