Quem lê, cria a própria história, declara patrono da Feira do Livro

Anunciado nesta quinta-feira pela Câmara Rio-Grandense como patrono da edição 2015 da Feira do Livro, o escritor Dilan Camargo quer aproveitar a oportunidade para estimular a leitura entre as crianças. Em entrevista a Rádio Guaíba, ele falou sobre a importância dos livros fazerem parte da primeira partida da vida de cada cidadão.

“No centro da educação deve estar a leitura. Não se faz educação sem leitores. As crianças que não conseguem ler e interpretar um texto da história do Brasil, um texto literário ou até mesmo uma notícia de jornal, estão marginalizadas do processo civilizatório. No sentido de que elas não consegue estar no mundo como ele é, das suas questões, exigências e perplexidades. Gostaria de deixar de colocar como centro do meu mandato a questão da leitura. Falamos muito da leitura, mas temos que traduzir esse nosso falar em práticas de leituras. Se faz bastante, mas tenho percebido que é muito pouco ainda. Os índices são insuficientes. Uma questão fundamental é que os pais não estão cumprindo o papel como mediadores da leitura. Se quiser que os filhos leiam, eles precisam ler para eles”, afirmou Camargo.

O escritor lembrou também que pessoas que têm o costume da leitura são cidadãos melhores. Antes de se despedir, Dilan Camargo usou a frase que será utilizada por ele como slogan durante a Feira do Livro: “Quem lê, cria a própria história”.

“A leitura é um ato extraordinariamente transformador do ser humano. A leitura é mais do que ver uma tela ou ouvir (um som). Ela ativa outras dimensões da capacidade humana. Neurocientistas estão estudando e notando que a leitura ativa regiões complexas do cérebro. Descobriram até que quem lê poesia, não precisa ler livros de autoajuda. Embora, não tenho preconceito de quem lê autoajuda. Todos nós precisamos de ajuda. Comecem a ler poesia, que vai auxiliar muito na sua vida”, declarou o patrono.

Conheça mais sobre Dilan Camargo

Natural de Itaqui, Dilan Camargo estreou na literatura com a coletânea poética “Em Mãos”, em 1976. De lá para cá, publicou diversos livros de poemas e infantis, como “Diário sem Data de uma Gata”, “O Embrulho do Getúlio” e “BrincRIar”, título que foi vencedor do Prêmio Açorianos de Literatura em 2008.

Suas últimas obras infantis foram publicadas em 2014: “Um Caramelo Amarelo Camarada”, “Álbum da Fe-Li-Cidade II” e “Rimas pra Cima”. Além de livros, ele também é coautor de sucessos da música nativista, como “Pampa Pietá” e “Tropas de Maio”.

A 61ª Feira do Livro de Porto Alegre ocorre entre os dias 30 de outubro de 15 de novembro na Praça da Alfândega, no Centro Histórico.