Revista americana se diz culpada por falta de diversidade em Hollywood
Última edição da Variety aborda polêmica que marca o Oscar 2016
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"Este ano, a batalha nacional pela identidade e a inclusão encontrou um novo foco: Hollywood", acrescentou. A polêmica estourou em meados de janeiro, quando foram revelados os indicados ao Oscar e, pelo segundo ano consecutivo, não apareceu nenhum candidato negro nas principais categorias. Diretores e atores sugerem boicotar a cerimônia em função disso. A polêmica foi tal que, em uma guinada histórica, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas americana decidiu mudar várias normas internas para favorecer a inclusão de mulheres e minorias étnicas.
"Mas a culpa não é apenas dos prêmios Oscar (...), mas de nós mesmos. A hierarquia dos estúdios de Hollywood continua sendo um clube exclusivo, dirigido por homens brancos e uma mulher branca. As agências de grandes talentos quase não têm sócios que pertencem às minorias. E os veículos encarregados de cobrir o setor - inclusive a Variety - só empregam poucas pessoas não brancas", prosseguiu a respeitada revista em seu 'mea culpa'.
Várias grandes organizações que defendem os direitos das minorias pediram, nesta terça-feira, uma reunião com os dirigentes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, bem como com outros representantes da indústria cinematográfica. "A falta de diversidade na indústria do entretenimento é um problema complexo sem solução simples. Estamos convencidos de que o problema não se limita à indicação aos prêmios", destacou o comunicado.
Mas as "indicações a prêmios se transformam em sucessos de bilheteria" e os sucessos comerciais, por sua vez, determinam que tipo de filmes conseguem financiamento, analisaram as organizações. "Se a Academia não conseguir romper este círculo vicioso, corre o risco de se tornar irrelevante", concluiu a nota.