“Sangue e Pudins” reestreia no Teatro Renascença

“Sangue e Pudins” reestreia no Teatro Renascença

Peça teatral de Luciano Alabarse fica em cartaz de hoje até 25 de fevereiro

Correio do Povo

Pingo Alabarce e Angela Spiazzi integram o elenco de "Sangue e Pudins", que reestreia nesta sexta, 16 de fevereiro, em Porto Alegre

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O espetáculo “Sangue e Pudins”, de Luciano Alabarse, é realmente uma tormenta, uma tempestade, algo que tem uma força desmedida e arrebata até o mais insensível dos apreciadores da artesania teatral. Pois não é uma ironia do destino que a força da natureza, o temporal da noite de 16 de janeiro, que causou estragos em várias partes do RS, fez com que a estreia do espetáculo precisasse ter o seu momento final com limitações de luz e som e com uma raça e competência dos atores que emocionou a todos que lotaram o Teatro Renascença naquela noite difícil.

O público saiu da sala com goteiras, o saguão alagado e árvores caídas no estacionamento e nas ruas próximas, fora outros estragos. A temporada do Porto Verão Alegre foi cancelada devido aos estragos no Centro Municipal de Cultura.

A reestreia do espetáculo será hoje, às 20h, no Teatro Renascença (av. Erico Verissimo, 307). A temporada será de 16 a 25 de fevereiro, de sexta a domingo, às 20h. Os ingressos estão disponíveis na plataforma Sympla. O reembolso de ingressos adquiridos no PVA será feito pelo festival.

A montagem escrita pelo diretor gaúcho Luciano Alabarse é uma adaptação dos textos originais de Mark Ravenhill (“Shopping and Fucking”) e Brontez Purnell (“Johnny, você me amaria se o meu fosse maior?”). A peça inglesa e o texto americano se cruzam, se esclarecem e dão lugar a um terceiro texto, sem negar as influências. “Eu estava trabalhando no texto e, como sempre ouvindo música. Em determinado momento, a voz de Simone me remeteu a uma canção que eu não ouvia há muitos anos, e que sempre me impactou pela contundência de sua letra. A canção era “Sangue e Pudins”, parceria de Fagner e Fausto Nilo. O resto veio naturalmente, inclusive o título da montagem”, relembra Luciano.

A trama retrata, em cenas duras e impactantes, personagens de uma geração que entende o consumo e as transações da sociedade capitalista como única forma de interação possível. As pessoas e seus manuais de sobrevivência, o pragmatismo cínico de quem precisa sobreviver num mundo hostil, as relações contaminadas por interesses financeiros e sexuais, as histórias cruzadas de personagens perdidos, o jogo e a manipulação desesperada, as trapaças e os oportunismos de vidas desesperadas, a esperança esfacelada, mas presente, gritos e silêncios, omissões e oportunidades, os corações partidos, o consumismo desenfreado, dinheiro e a falta de amores e ciúmes, posses e possessividades, um mundo distópico e indiferente.

“É uma peça cujo tema central é a violência, em todos os seus aspectos e formas, escancaradas ou sob disfarce, violência social e violência individual, com ou sem sangue, com ou sem bullying, com ou sem prévia manifestação. Uma peça sobre violência. Um texto que dói”, reforça o diretor que assina o cenário e a trilha sonora. O elenco reúne Ângela Spiazzi, Pingo Alabarce, Jaques Machado e Li Pereira, Alexei Goldenberg e Vítor Stifft. O mundo de “Sangue e Pudins” é um grande supermercado onde tudo, inclusive pessoas, é vendido sem escrúpulos ou constrangimentos.


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