Titãs começa a dizer adeus para Porto Alegre com show apoteótico no Araújo Vianna

Titãs começa a dizer adeus para Porto Alegre com show apoteótico no Araújo Vianna

Banda paulista disparou seus hits e embalou mais de 4 mil pessoas

Luiz Gonzaga Lopes

Banda disparou seus sucessos e empolgou o público

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Porto Alegre começou a dizer adeus aos Titãs nesta terça-feira. O primeiro dos dois shows de Titãs “Encontro - Pra Dizer Adeus” no Auditório Araújo Vianna teve início com 'Diversão" às 21h20min, com aquela batida sincopada e Paulo Miklos puxando os vocais de "Diversão é solução sim, é Diversão pra mim".

A banda terminou a música e a massa de mais de 4 mil pessoas estremeceu o Araújo. A partir daí, Arnaldo Antunes assumiu o microfone e perguntou: Onde fica o Brasil? – antes dos primeiros acordes de "Lugar Nenhum".

"Não sou brasileiro, não sou estrangeiro, sou de Lugar Nenhum " diz a canção com pegada forte e com acompanhamento dos fãs. Para manter o rodízio de vocalistas a potente voz de Sérgio Britto, com um boné azul marinho e muita energia gingando para lá e para cá no palco enquanto canta "Desordem" e pergunta quem quer manter a ordem e criar desordem. Os três primeiros petardos sinalizam a banda antenada e politicamente instruída questionando o establishment. Ainda tem show nesta quarta-feira na Capital e restam alguns ingressos.

Banda disparou seus sucessos e empolgou o público | Foto: Fabiano do Amaral

Na quarta música, Branco Mello vibra com o público e fala da alegria de estar curado e estar no palco novamente e rolam os primeiros acordes de "Tô Cansado" cantada por Branco. Depois de Porto Alegre, hoje e amanhã, a banda segue para Teresina quando toca no sábado, 16.

E o show seguiu com a alternância de vocalistas seguindo com Nando Reis cantando "Igreja " e a banda executando "Homem Primata " e outras. Arnaldo Antunes puxou à frente de novo em duas músicas essenciais na carreira do octeto original dos anos 1980, ora septeto com destaque para a guitarra de Tony Bellotto e a bateria sempre marcante de Charles Gavin. Ao som bem hospitalar, Arnaldo puxa "O Pulso" que ainda pulsa e depois "Comida " perguntando se a massa enlouquecida tem fome e sede de quē?.

"Para dizer adeus, mas para não dizer jamais”

Quando o show chega na sua metade com 1h e alguns minutos o telão mostra imagens da história da banda e eles sentam ao melhor estilo MTV Acústico. Então, as melodias de "Epitáfio" e depois Cegos do Castelo com celulares ligados com suas luzes ao alto. Aí a música-tema da turnê Pra Dizer Adeus é entoada por Miklos. O coro forte dá a tônica do sentimento. "É cedo ou tarde demais pra dizer adeus, pra dizer jamais" e alguns corações apaixonados se soltam. O vocalista pede para Porto Alegre soltar a voz e os milhares de fãs respondem a plenos pulmões.

Banda disparou seus sucessos e empolgou o público | Foto: Fabiano do Amaral

O momento mais terno do show é quando Arnaldo Antunes apresenta Alice Fromer, filha do falecido guitarrista Marcelo Fromer, para cantar uma música de autoria do pai do primeiro disco dos Titãs, chamada "Toda Cor". Este momento já havia acontecido em 6 de maio na Fiergs, assim como o texto para ela ficar mais uma música, "Não Vou me Adaptar " e muitas pessoas que ainda não se adaptaram à falta que o Titã Marcelo Fromer faz acabam se consolando com a voz doce e um pouco hesitante de Alice Fromer.

Em uma pequena pausa, Tony Bellotto apresenta o guitarrista que tem a tarefa de ser o oitavo elemento, Liminha, um dos maiores produtores musicais da história da música brasileira. E então Nando puxa a letra de "Família". E aí os familiares do público que não puderam vir acabaram sendo representados bem como os cachorros, gatos e galinhas. Segue mais uma música do arsenal infindável dos Titãs e vem "Querem Meu Sangue" , aquela versão gostosa da música de Jimmy Cliff, "The Harder They Come".

Na música de número 22, aquela clássica que invadiu Montreux e o coração dos fãs, "Go Back. Logo depois rola um momento muito emocionante do show, quando Paulo Miklos puxa os fãs para cantar junto e batendo Palmas "É Preciso Saber Viver". Miklos segue no comando e pergunta que dia da semana é. É terça mas ele diz que pouco importa, pois vem "Domingo" com o octeto titânico.

Banda disparou seus sucessos e empolgou o público | Foto: Fabiano do Amaral

A festa segue maravilhosa com "Flores" e depois com a eletrizante interpretação de Antunes para O Quê " que tem aquela bateria meio acústica meio eletrônica de Gavin com aquele solinho simples mas bem resolvido de Bellotto. Arnaldo chama o Cride, do Ronald Golias, para chamar os acordes de Televisão", aquela que nos deixou burros demais

As duas músicas mais iradas seguem com o baile, "Porrada" e "Polícia" para as danças mais do que alucinadas de pessoas dos 20 aos 60 anos. E aí Sérgio Britto puxa "AA UU" que é a trigésima música após 2h05min de show.

Miklos puxa "Bichos Escrotos" que tem coro da galera com seu nobre paladar e um riff de baixo de Nando Reis de dar inveja a um Arthur Maia. Aí a banda agradece ao público e o Araújo pede "mais um, mais um”.

E depois de uma pausa de alguns minutos eles voltam com as vozes de Mauro e Quitéria, a característica principal do disco "O Blesq Bloom" e Miklos é Britto cantam que a miséria está em qualquer canto na crítica social clássica dos Titãs. E então um dia uma forte chuva veio como caiu em maio na Fiergs e Nando cantou Marvin, que é a narrativa mais sensível das músicas do Titãs da primeira fase da banda. Nandochamaa galera que faz um coro de levar às lágrimas.

Para terminar o show com 2h30min de show e 34 músicas, Paulo Miklos anuncia a música que catapultou o Titãs para a fama lá no primeira disco, no tempo da força das rádios e dos programas de auditório, "Sonífera Ilha". Ao final da música, a banda faz a brincadeira de estátua ou mandrake e a galera grita "Titãs, Titãs". Uma noite inesquecível pra dizer adeus, mas não para dizer jamais.


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