Três séculos de Viamão em livro

Foi lançado neste mês o livro “Viamão 300 anos”, publicação inédita que proporciona passeio pelos três séculos de ocupação dos Campos de Viamão, a partir da colonização portuguesa; pelos potenciais socioambientais do território e s novos empreendimentos que reanimam a economia da cidade. A obra ilustrada tem organização de Elmar Bones e José Barrionuevo, produção cultural de Vitor Ortiz, além do prefácio de Eduardo Bueno e diversos artigos. Segundo Barrionuevo, “foram dois anos de pesquisas sobre a importância histórica dos Campos de Viamão, definidos em mapa até como Continente de Viamão, sobre um passado que foi determinante na formação da identidade dos gaúchos”.

O editor Elmar Bones define o livro como “um manifesto em defesa dos tesouros ambientais de Viamão”. O maior município da Região Metropolitana de Porto Alegre, três vezes o tamanho da Capital, guarda a maior e mais diversificada reserva ambiental de um território intensamente urbanizado. Dois terços do município de aproximadamente 1.500 quilômetros quadrados são áreas de preservação formadas por dois parques, quatro banhados, lagoas, morros, florestas, campos e dunas. “Todas as regiões geomorfológicas que formam a paisagem natural do RS estão resumidos ali, com sua diversidade e riqueza”, diz Bones, acrescentando que as reservas estão sob ameaça pela ocupação desordenada, especulação imobiliária, lavouras de monocultura. “O parque Saint-Hilaire já perdeu 10 por cento de sua área original para as invasões e ocupações irregulares. O Banhado Grande está cercado de lavouras de arroz e agora está entrando a soja, no Monte Verde há projeto de um lixão em cima de um aquífero”, observa. 

O livro tem 200 páginas, mais de 300 fotografias, mapas e imagens e faz recuo na história para mostrar a ocupação dos antigos “Campos de Viamão”, onde se formaram as primeiras povoações no RS, no início do século XVIII. Dividido em três partes, o livro aborda aspectos históricos, ambientais e econômicos da região. A parte 1 é chamada de “Campos de Viamão”, incursionando pela história, desde os primórdios da colonização portuguesa – debatendo a origem do nome “Viamão” - até a construção da Igreja da Conceição, tombada como patrimônio histórico nacional e projetada pelo arquiteto militar José Custódio de Sá e Faria, governador na época em que o Arraial foi sede do governo do Continente do Rio Grande. A pesquisa traz manifestações do botânico francês Auguste Saint-Hilaire e do ambientalista José Lutzenberger.

A parte 2 é “Tesouros Ambientais e Pulmão da Metrópole” ressalta o fato de Viamão ser o maior município em área territorial da região metropolitana, com 108 km de praias junto ao Guaíba e a Lagoa dos Patos, e evidencia os tesouros socioambientais: Parque de Itapuã, o Parque Saint-Hilaire e a fauna e flora da Área de Proteção Ambiental) do Banhado Grande. A 3ª parte é “Caminhos de Viamão”, com potenciais do município, em especial o ecoturismo com o crescimento de iniciativas ligadas ao meio ambiente: educação ambiental, lazer e esportes junto à natureza, produção de alimentos orgânicos e espiritualidade. Mais pelo Instagram @livroviamao300anos.