Triunfante e liberta, Iza retorna a Porto Alegre

Triunfante e liberta, Iza retorna a Porto Alegre

Cantora e compositora carioca subiu no palco do Auditório Araújo Vianna para apresentar seu segundo álbum de estúdio, “AFRODHIT”

Leticia Pasuch*

Iza revisitou hits consagrados e apresentou seu recente trabalho aos fãs porto-alegrenses na noite deste domingo

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Após inaugurar seu recente álbum “AFRODHIT” no The Town, em São Paulo, e passar por Curitiba, chegou a vez de Iza desembarcar em Porto Alegre neste sábado, 7. A cantora subiu ao palco do Auditório Araújo Vianna com quase quarenta minutos de atraso, mas sem pressa alguma, pois ela é quem manda. Chegou devagar, com elegância e potência da voz que só Iza tem – ou Isabela, com os fãs a chamavam, intimamente, a plenos pulmões.

A aguardada noite se iniciou com “Nunca Mais”, também a primeira música do novo álbum. Seguiu com “Que se vá”, “Gueto” e “Mega da Virada”. A cantora estava acompanhada de oito bailarinos e nove músicos: DJ Alex Favilla, Bruno Costa (guitarra), Thiago Oliveira (teclado), Cleverson Silva (bateria), o trio de sopro Jorge Continentino, Sergio de Jesus e Gesiel Nascimento e os backing vocals Murilo Santos, Leticia Pedroza e Leo Baptista. Com extravagância, energia e alegria, os dançarinos acompanhavam Iza nos ritmos coreografados, com protagonismo no palco. Os bancos do Auditório quase não foram ocupados, ninguém podia ficar sentado.

“Essa noite eu sou todinha de vocês!”, disse a cantora ao cumprimentar a plateia, e não economizou palavras para agradecer a presença de todos e salientar a felicidade de estar de volta à Capital. Interagindo com o público, afirmou que enxergava cada um presente. “É disso que um artista precisa, de gente que acompanha a gente, que torce pela gente. Eu não tenho fã, eu tenho torcida”, disse.

O público de Iza é formado por diversas faixas etárias. Em dado momento, uma fã criança sobe ao palco e abraça a cantora, segurando um cartaz. “Ela que fez, gente!”, Iza surpreende-se, mostrando o cartaz roxo com letras garrafais cor-de-rosa escrito seu nome. Na plateia, havia também Margarete Ferreira e Eliane Fernandes, com 53 a 51 anos, respectivamente, e amigas há mais de 20. Eliane fez uma surpresa e presenteou Margarete com um ingresso para o show da ídola. “Eu não sabia que eu iria vir no show da Iza, ela tinha me convidado pra ir no gasômetro ou no shopping. Quando ela chamou o Uber, paramos aqui”, relata Margarete.

As sequências de canções foram intercaladas com as do novo álbum e as mais antigas. Em “Fé nas Malucas”, as dançarinas mulheres dominaram o palco. Atrás, em um telão, passava o clipe realizado em parceria com Mc Carol. No setlist, também estava presente “Fiu Fiu”, canção com participação de L7nnon, “Bomzão”, e “Terê” – especial para Iza e, como disse, “para todas as Terê’s” e as que são apelidadas assim. Canções do projeto “Três” não ficaram de fora: destaque para “Mó Paz” e “Droga”. 

A dançarina Duda Bento, que estava coreografando todas as músicas no meio da plateia, foi convidada por Iza para subir ao palco e dançar com ela. A sincronia de ambas trazia a impressão de que a dança fosse ensaiada. Emocionada, Duda abraçou a ídola e foi muito aplaudida.

Em “Sintoniza”, Iza desce as escadas do palco para cantar com os fãs, transitando pelos dois lados do auditório, formando uma massa de público próximo na grade. Em “Fé”, canção indicada ao Grammy Latino 2023 na categoria Melhor Interpretação Urbana em Língua Portuguesa, os dançarinos dominam o palco e, entre um jogo de luzes versando entre o azul, amarelo e branco, levantam Iza. 

“Meu Talismã” era aguardada pelo administrador Fabrício Almeida e a arquiteta Daiani Gomes. A música marca diferentes momentos da vida do casal, junto há oito anos e em noivado há um. Os ingressos guardados há quatro meses para o show provam a ansiedade e vontade, já que também vieram de Santa Cruz do Sul para assistir ao show da cantora pela primeira vez. Daiani vê a nova fase de Iza como de rebeldia, mas no bom sentido. “Ela se libertou. A gente vê muito isso no álbum dela, essa libertação de algumas coisas que ela sentia em relação ao relacionamento e à vida pessoal”, explica.

Mais conectada com o público, Iza reforça o quanto aquele momento era especial, e lembra que passou por períodos difíceis desde sua última vinda. “Quem veio aqui da última vez me reacendeu, me ajudou, me curou. Eu tô feliz demais por estar de volta, feliz pra caramba”, declara. “Muito obrigada, Porto Alegre!”, repetiu, como em tantos outros momentos. A canção seguinte definiu sua fala da melhor maneira: “Dona de Mim” fez o auditório inteiro envolver-se de corpo inteiro na voz, no ritmo e na dança. 

A tríade de despedida foi com as mais conhecidas pelo público, e que não poderiam faltar no encontro: “Pesadão”, “Brisa” e “Ginga”. Com uma reverência à banda, Iza deixa o palco e, também, a sensação de ‘quero mais’, sendo possível sentir no ar a mesma energia que trouxe quando chegou. Os dançarinos, com o punho cerrado, enfileiram-se para o final, e são ovacionados pela plateia. Em seu retorno triunfante, Iza levou o público porto-alegrense a mergulhar na sua nova fase pessoal e profissional, marcada por liberdade e renascimento.

* Sob supervisão de Marcos Santuario


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