Tumulto ao fim de protesto no Santander tem dois detidos

Tumulto ao fim de protesto no Santander tem dois detidos

Grupo contrário à mostra foi rechaçado e Brigada Militar usou bombas de efeito moral para dispersar ato

Correio do Povo

Grupo contrário à mostra foi rechaçado e Brigada Militar usou bombas de efeito moral para dispersar ato

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Depois de uma tarde de protestos pacíficos em frente ao Santander Cultura, contra o fechamento da exposição "Queermuseu", a chegada de um novo grupo contra a mostra foi o estopim para uma confusão. Em menor número, eles acabaram rechaçados pela multidão maior e a Brigada Militar usou bombas de gás e efeito moral para dispersar os momentos finais dos atos. Durante a ação, dois homens foram detidos para assinatura de termo circunstanciado.

Num ato marcado pelas redes sociais desde domingo, cerca de 800 pessoas (conforme a Brigada Militar) contrárias à medida se reuniram em frente ao prédio para defender temas como liberdade artística, de criação e o direito das minorias. Com cantos como "pela arte, pela cultura, diga não à censura", eles pediam a reabertura da mostra com curadoria de Gaudêncio Fidelis.

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Os manifestantes começaram a se aglomerar na praça da Alfândega por volta das 15h30min e carregavam faixas e cartazes com dizeres como "Quem define arte?" e "Os LGBTs" não serão censurados. Também marcaram presença diversas bandeiras deste movimento, blocos sociais e representantes de partidos de esquerda. Ações culturais e representações e peças fizeram parte das demonstrações.

O curador de "Queermuseu", Gaudêncio Fidelis, esteve no local e afirmou estar bastante frustrado com o fim de sua mostra. Entretanto, ele revelou que espaços de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal manifestam interesse em sediar a exposição. Apesar de momentos de truculência quando os partidários da diferentes ideologias partilhavam o espaço, não houve violência física entre os grupos, apenas xingamentos e ânimos exaltos. O ato também contou com intervenções artísticas de estudantes da Ufrgs nas escadarias do Santander Cultural e apresentação de grupos teatrais nos entornos.

Em contrapartida, um grupo de menos de 20 pessoas carregando bandeiras do Brasil e vestidas de verde e amarelo defendia o encerramento da mostra. Uma dessas mulheres, que preferiu não ser identificada, disse que a juventude nacional "sofreu uma lavagem cerebral que a fez acreditar que a direita é ruim". Munida de um megafone e cartazes que pediam intervenção militar e pregavam contra a esquerda, ela ainda comentou que o que foi proposto pela exposição não é arte. "A liberdade de uma pessoa termina quando a da outra é afetada. Essas pornografias com animais e crianças são é crime", opinou.

Em menor número, eles ficaram por pouco mais de 40 minutos no local, quando o espaço começou a lotar. Ao irem embora, foram fortemente vaiados, mas outro grupo retornaria no fim da tarde.

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