Um Oscar em noite especial

Um Oscar em noite especial

Em meio às consequências geradas pela pandemia, a maior festa da indústria cinematográfica, sediada nos EUA, chega à sua 93ª edição focada na segurança e em temáticas que têm mobilizado o mundo atual

Marcos Santuario

"Nomadland" é um dos grandes favoritos na categoria "Melhor Filme"

publicidade

Vai entrar para a história. A cerimônia do Oscar número 93 será marcada por um tapete vermelho “minúsculo” e temáticas que interessam ao mundo. Sem circulação de todos os poderosos do meio, a parte presencial do Oscar será marcada por máscaras e um cuidado para que “ninguém corra riscos indevidos”. Quem garante a estética da festa é o premiado diretor Steven Soderbergh, que é um dos responsáveis pela cerimônia.

Ele já conquistou o Oscar de Melhor Direção por “Traffic: Ninguém Sai Limpo” e foi indicado antes por “Sexo, Mentiras e Videotape”. Seu repertório inclui clássicos como a trilogia “Onze Homens e Um Segredo”, os inovadores “High Flying Bird” e “Distúrbio”, gravados em um iPhone, além de séries como “Behind The Candelabra” e “The Knick”. Mas o que realmente deve pesar, pelo menos no imaginário geral, é que além de sua experiência fazendo filmes durante a pandemia é dele o thriller de 2011 “Contágio”. Naquele filme, um vírus espalhado por uma pessoa cria uma mortal epidemia que se espalha e os médicos devem identificar o vírus para conseguir combatê-lo e acabar com o pânico da população. Qualquer semelhança com a atualidade pode ser mera coincidência.

Mas, voltando à cerimônia do Oscar 2021, que sai do lugar tradicional e acontece na grandiosa Union Station, em Los Angeles, terá muitos dos indicados ao ar livre, entrando e saindo do local durante a apresentação. Soderbergh já disse em entrevista que espera que o Oscar dê ao mundo “um vislumbre do que será possível quando a maioria das pessoas forem vacinadas e testes rápidos, precisos e baratos forem a norma”. Poderá ser interessante rever no futuro a transmissão da cerimônia que, segundo o diretor, terá “a estética de um filme em vez da de um programa de TV”. Veremos então, hoje e no futuro. Com estas precauções e tecnologias envolvidas, os indicados, em sua maioria, devem aparecer pessoalmente, e os mais distantes, em lugares preparados especialmente para cerimônia, desde Londres e Paris, de onde não podem viajar devido às restrições. A conexão será por satélite, no padrão da indústria cinematográfica e não pelas já conhecidas conexões de videochamadas caseiras.

Outro protagonista deverá ser o Museu do Oscar, pensado e projetado para contar a história do cinema, mostrar a tecnologia e a arte envolvidas na produção cinematográfica e retratar as pessoas que fazem ou fizeram o sonho da imagem em movimento possível. O Academy Museum of Motion Pictures começa bem aos olhos do mundo. É que a diva do cinema italiano e mundial Sophia Loren vai levar pra casa o primeiro “Visionary Award”, “dedicado a um artista ou acadêmico cujo trabalho progrediu na arte do cinema”, segundo a Academia.

Sobre os filmes em competição, muito já se falou e até se viu, com muitos deles já disponíveis no streaming. Mas a síntese temática que se expõe, em meio aos talentos de direção, produção, atuação e técnicas, é a de buscas humanas e pessoais, em meio a contextos de dificuldades econômicas e sociais, lutas contra preconceitos e fases da vida humana. Novos olhares sobre antigos temas urgentes.


Mais Lidas

Guia de Programação: a grade dos canais da TV aberta desta sexta-feira, dia 19 de abril de 2024

As informações são repassadas pelas emissoras de televisão e podem sofrer alteração sem aviso prévio

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895