Um suspense de primeira grandeza

Um suspense de primeira grandeza

Estreia ‘Um Lugar Silencioso - Parte II’, que mantém a atmosfera enervante do primeiro filme

Adriana Androvandi

Atores Millicent Simmonds, Emily Blunt e Noah Jupe em ‘Um Lugar Silencioso - Parte II’

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Um dos lançamentos nos cinemas a partir desta quinta-feira é “Um Lugar Silencioso - Parte II”, com direção de John Krasinski (EUA). No primeiro filme, de 2018, o espectador acompanha uma família norte-americana que se adaptou em viver em silêncio, visto que uma ameaça externa é atraída pelo som. Aos poucos vai se revelando o motivo. 
Na sequência que estreia hoje, o longa-metragem segue a partir dos últimos fatos do primeiro filme, mas também volta ao passado, com flashbacks que mostram como foi o primeiro dia em que a humanidade sofre ataques de extraterrestres que mudam sua história. A mãe e seus filhos adolescentes, interpretados por Emily Blunt, Millicent Simmonds, Noah Jupe, além do recém chegado bebê, decidem deixar sua casa e buscar ajuda em outro lugar. A família encontra um antigo amigo, Emmett, interpretado pelo ator irlandês Cillian Murphy, que se mostra traumatizado e desconfiado. Emmett alega que, além de escapar de alienígenas, é preciso ter cuidado com os humanos que sobreviveram, mas se deixaram levar pela barbárie. A escolha de Cillian Murphy foi uma aposta acertada. Famoso por interpretar vilões (como o Espantalho em “Batman Begins”, de 2005), chamou a atenção internacional a partir de “Extermínio” (2003), terror de zumbis dirigido por Danny Boyle. Agora seu personagem carrega uma dubiedade intrigante.
A união de um roteiro primoroso e de boas atuações faz de “Um Lugar Silencioso - Parte II” um suspense de primeira qualidade. Tendo como inimigos alienígenas cegos que são acionados por qualquer som, o clima de tensão é constante na torcida para que os membros da família consigam sobreviver. Algumas situações provocam sustos, mas sem exagerar na dose.
O filme tem de ser reconhecido por abordar com frescor um tema já bastante explorado no cinema, que é o das invasões extraterrestres. Esta temática, que gera pavor e fascínio, já foi retratada com produções grandiloquentes como as da franquia “Independence Day” ou, mais recentemente, “A Chegada”. Aqui os efeitos especiais são eficientes, mas o ponto-chave está na estratégia de como sobreviver frente aos invasores e a outros perigos.
Em sociedades em que a luta pela acessibilidade ainda precisa avançar muito, um dos trunfos do filme foi investir na personagem Regan, a filha com deficiência auditiva, vivida pela atriz Millicent Simmonds. O fato de a família saber se comunicar com a linguagem de sinais amplia sua capacidade de proteção e reação. Por sua atuação no primeiro filme, Millicent, que é surda na vida real, recebeu o troféu de Melhor Jovem Atriz do Critics' Choice Movie 2018. Regan suscita empatia e agora ganha ainda mais destaque.
DUPLA. O casal da ficção também é casado na vida real e está se tornando uma dupla de queridinhos do cinema. Emily Blunt chamou a atenção como coadjuvante no papel de uma das secretárias de Meryl Streep em “O Diabo Veste Prada” (2006). Depois ganhou status de protagonista. Krasinski, além de ator, tem investido na carreira de roteirista e diretor com sucesso. A parceria é promissora, visto que está tudo engatilhado para a produção ter sua parte III.


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