Na charmosa e cinematográfica Piriápolis, cidade litorânea do Uruguai, a noite desta sexta-feira, dia 17, marca o início oficial de mais uma edição do Piriápolis de Película 2025, em uma celebração que une arte, memória, emoção e grandes nomes do cinema latino-americano. O cenário não poderia ser mais simbólico: o imponente Argentino Hotel, patrimônio da arquitetura e da cultura uruguaia, que não só abriga o evento como também já foi estrela das telas no aclamado clássico “Whisky”, filme reverenciado mundialmente como uma das obras fundamentais da cinematografia do país. Em uma de suas edições o grande diretor brasileiro Nelson Pereira dos Santos foi também homenageado no evento e ficou encantado com o contexto do Festival.
A abertura oficial do Festival, nesta edição, foi recebida com entusiasmo por um público caloroso, formado por cineastas, críticos, cinéfilos e convidados especiais que lotaram o majestoso salão principal do hotel. Entre brindes, discursos e muita expectativa, a cerimônia de abertura teve um momento de grande emoção com a homenagem ao ator uruguaio César Troncoso, figura central do cinema do país e nome de destaque também em produções internacionais. Ao agradecer, Troncoso ressaltou a importância de valorizar e prestigiar as produções nacionais e da região, para abrir mais espaço para o audiovisual produzido por aqui. Outra homenagem da noite foi para o ator argentino Luciano Cáceres, seguida da exibição do filme “Adiós, Madrid”, produção espanhola de 2024, em que Cáceres atua.
Pela proximidade e pela trajetória de César Troncoso com o audiovisual brasileiro, a homenagem ao ator uruguaio repercute com mais intensidade no Brasil. Conhecido por sua atuação tocante em “O Banheiro do Papa”, filme que conquistou o público em diversos festivais pelo mundo, Troncoso volta a ser celebrado por sua performance intensa e madura em “Quemadura China”, longa recente dirigido pela talentosa cineasta uruguaia Verónica Perrotta, presença também muito aguardada no evento. O filme foi o grande vencedor da recente edição do Cine BH, em Minas Gerais, onde a diretora foi aplaudida e reverenciada pelo trabalho talentoso e ousado.
O reconhecimento a Troncoso não é apenas pelo talento inegável, já reverenciado em outras latitudes, como no próprio Festival de Cinema de Gramado, em que já foi homenageado com o Kikito de Cristal. O artista uruguaio recebe a homenagem em seu próprio país também pela contribuição contínua à identidade cinematográfica uruguaia. Sua trajetória se entrelaça com a de outros grandes nomes da cena contemporânea, como a própria Perrotta e o versátil Néstor Guzzini, atores e diretores que vêm ampliando os horizontes do cinema nacional e colocando o Uruguai em destaque no mapa cultural da América Latina.
O festival, que segue até este domingo, dia 19, promete uma programação intensa e variada, reunindo exibições de filmes, encontros com realizadores e debates temáticos. Um dos grandes destaques deste sábado será a exibição do filme brasileiro “Oeste Outra Vez”, dirigido por Érico Rasi. A obra, que mistura faroeste contemporâneo com elementos existenciais e visuais marcantes, chega a Piriápolis após ser elogiada em mostras no Brasil e promete instigar o público com sua linguagem autoral.
Ainda neste sábado, um debate especial sobre o cinema uruguaio contemporâneo reunirá críticos, realizadores e o público para refletir sobre as conquistas, os desafios e os caminhos possíveis para a produção nacional. Serão celebradas as trajetórias de artistas como César Troncoso, Verónica Perrotta e Néstor Guzzini, que não apenas representam o presente do cinema uruguaio, mas também apontam para um futuro cada vez mais pulsante e plural.
Entre o som das ondas do mar de Piriápolis e o glamour atemporal do Argentino Hotel, o Piriápolis de Película 2025começa sua jornada com brilho, emoção e a certeza de que o cinema segue sendo um espelho sensível da alma de um país.