Versace deixará de usar pele animal em suas peças

Versace deixará de usar pele animal em suas peças

Donatella disse em entrevista que não quer matar por causa da moda

AFP

Coleção de inverno de 2017 da grife usava e abusava do elemento

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Donatella Versace anunciou que a empresa da qual é a atual vice-presidente deixará de usar pele animal em seus produtos. "Eu não quero pele. Eu não quero matar animais para fazer moda, isso não me parece bom", disse a irmã do fundador da Versace, Gianni, em entrevista à revista britânica The Economist 1843. A publicação sublinha que esta é uma "mudança de direção" da grife, pois na quarta-feira, em seu site, convidou seus clientes a comprar "casacos com pele muito impressionantes".

No passado, a empresa foi relutante a se juntar a nomes como Giorgio Armani, Calvin Klein, Hugo Boss, Ralph Lauren, Michael Kors e Gucci, os quais já proibiram o uso de tais elementos em suas produções. Por conta disso, a casa milanesa foi fortemente criticada por grupos de direitos dos animais, como Humane Society International (HSI) que faz campanha para o fim completo do comércio de peles na indústria da moda. "Versace é uma marca de grande influência que simboliza os excessos de glamour, e sua decisão de parar o uso de peles mostra que a compaixão da moda nunca foi tão moderna", disse Claire Bass, diretora da HSI na Grã-Bretanha.

Já a International Fur Federation, que distribui pele de animais para 35 países, afirmou estar desapontada com a decisão em um comunicado oficial. "A maioria dos grandes fabricantes continuará usando peles porque sabe que é um produto natural produzido de forma responsável", escreveu em seu site. O anúncio de Versace quase coincidiu com o fabricante italiano de artigos de couro Furla, que disse na quinta-feira que desistiria de pelos de novembro de 2018. 

"A decisão de proibir o uso gradualmente a partir de coleções é um projeto que confirma o crescente interesse da marca no meio ambiente, com especial atenção para o mundo animal, ao qual Furla é muito sensível. A resolução também responde à crescente busca de produtos éticos por um consumidor cada vez mais consciente e atento a essas questões", disse Alberto Camerlengo, CEO da companhia, em uma nota divulgada à imprensa.

O rótulo, cujos artigos de couro às vezes contêm toques de peles, também lançou uma campanha nas redes sociais com a expressão #furlafurfree (Furla sem peles, em português). Esta medida foi aclamada pela associação de bem-estar animal da PETA, que "está encantada de ver a Furla se juntar à lista de marcas de luxo que perceberam que usar peles faz com que elas pareçam desatualizadas". "Os tempos estão mudando e agora está claro que o futuro da moda é vegano: graças às inovações dos últimos anos, hoje há cada vez mais materiais ecológicos, sustentáveis e humanos", comentou a ONG .

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