A Semana de Moda de Milão trouxe um inverno repleto de contrastes. De um lado, o Glam Rock ressurge com força, trazendo elementos ousados como corsets com spikes, animal print, transparências e detalhes metálicos. Do outro, a elegância clássica foi revisitada com cortes estruturados, tecidos sofisticados e uma paleta de tons sóbrios que reafirmam o estilo refinado da Itália.
As estampas do mundo animal, especialmente a oncinha/leopardo, provaram que ainda tem vida longa na moda, aparecendo em peças icônicas da Versace, Dolce & Gabbana e Roberto Cavalli. Além disso, o pelo/faux fur segue dominando os casacos, desde modelos exagerados e volumosos até versões mais ajustadas, sempre com um toque de extravagância nas produções.
📸 Tendências na passarela
Os comprimentos variaram entre o midi e o mini, deixando de lado a tendência do micro da temporada passada. Enquanto a Missoni apostou em pernas de fora ao combinar minissaias e vestidos curtos com sobreposições pesadas de inverno, outras marcas trouxeram peças estrategicamente estruturadas para marcar a silhueta, como visto na Tod’s.
Para a cartela de cores, o equilíbrio entre tons escuros e neutros – marrom, preto, verde cargo – e nuances claras e delicadas, como azul-bebê, amarelo-manteiga e rosa pastel, marcou a season.
Um dos tecidos mais explorados na passarela de outono/inverno 2025, o veludo brilhante apareceu tanto em produções maximalistas quanto minimalistas, carregando um ar luxuoso mesmo em diferentes propostas e modelagens. O uso do material foi um dos pontos altos do desfile da Gucci, que aplicou-o em uma variedade de cores para sua coleção.
A alfaiataria segue como um dos grandes pilares do universo fashion, com ternos e casacos com cortes bem alinhados, em maisons como a Ferragamo. Um detalhe recorrente foram os cintos bem marcados, muitas vezes feitos de materiais diferentes do restante da peça. Além do cinto, a marca também ousou em recortes na faixa da cintura e maxi pochetes, como uma sobreposição que destaca a região.
Nos acessórios, óculos escuros, toucas variadas e luvas apareceram em muitas apresentações. A Diesel, marca conhecida por sua abordagem criativa, trouxe um toque de experimentação ao misturar referências da alta moda, como a Chanel, com um cenário urbano de grafites e maquiagens coloridas.
A Moschino, por sua vez, transformou bolsas em objetos lúdicos inspirados em comidas como massas, saco de farinha e uma garrafa de vinho, mantendo sua marca registrada de moda divertida e conceitual assinada pelo designer argentino Adrian Appiolaza.
💄 Diversidade nas belezas
O cabelo cheio de frizz da Prada foi um dos momentos mais marcantes da semana, complementando peças que provocaram reflexões sobre feminilidade e padrões de estética. Esse toque de rebeldia traduz a atmosfera de ousadia que permeou a semana com um todo.
Celebrando seu centenário, a Fendi apostou em peças clássicas que traziam um ar nostálgico para a passarela. Os looks foram desfilados por uma grande diversidade de rostos, além de modelos lendárias, como Adriana Lima, o que favorece o sentimento de ter sido um evento memorável.
✨ Estéticas incorporadas à moda
A Blumarine fez uma fusão entre o Glam Rock e o boho chic. A marca apresentou uma coletânea que misturava rendas, seda e materiais fluidos, elementos que também estiveram presentes em outros desfiles italianos. Os cintos com grandes fivelas de flores reforçaram a silhueta com uma estética marcante, enquanto a fluidez dos tecidos equilibrava a agressividade do visual.
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Dentre as estéticas em alta, o “femmale fatale” foi bem representado em diversas coleções, como a estampa de fogo de Cavalli, criando um efeito dramático e poderoso na passarela. Em meio a tantas contraposições, a Semana de Moda de Milão reafirmou que o próximo inverno será baseado na coexistência entre o clássico e o rebelde. A temporada de frio promete ser quente na moda e cheia de personalidade.
Confira a galeria com destaques da Semana de Moda de Milão:
Semana de Moda Milão
*Sob supervisão de Camila Souza
