Saúde mental: método do Ballet Fly proporciona diminuição do estresse e ansiedade

Saúde mental: método do Ballet Fly proporciona diminuição do estresse e ansiedade

Especialista relata maior procura pela modalidade com foco em bem-estar, qualidade de vida e melhora do estresse

Correio do Povo

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Uma maior procura por exercícios físicos no pós-pandemia já é uma realidade e aqueles que já eram adeptos de atividades regulares estão buscando alternativas que tragam novas experiências. O Ballet Fly é um exemplo que vem registrando um aumento na procura desde o ano passado. A modalidade une movimentos de dança e tecido acrobático e tem depertado interesse não apenas pelos benefícios físicos, mas, principalmente, como uma forma de melhorar a qualidade de vida.

O método foi criado por Letícia Marchetto, dançarina e formada em Educação Física. Ela explica que há maior busca pelo Ballet Fly com foco em melhorar a autoestima e diminuir o estresse, e que as acrobacias aéreas demandam presença e foco, colocando a mente em estado de atenção plena. Além disso, proporciona a diminuição do estresse pela produção de hormônios, como a endorfina e a serotonina, que trazem a sensação de bem-estar e atuam na melhora do sono, regulação do humor, melhora das funções cognitivas e aumento da disposição física e mental.

“A prática de acrobacias nos tecidos vai além do trabalho muscular, pois envolve aprendizado e por isso resgata a conexão corpo e mente”, explica a profissional. “As frases que mais escutamos nas aulas de Ballet Fly são ‘esse é o meu momento’, ‘aqui consigo me desligar de tudo o que está lá fora’ e ‘aqui consigo focar em mim’. Nos últimos tempos, a relação com a autoestima está cada vez menos relacionada à estética do corpo e mais relacionada à capacidade, à qualidade da experiência do movimento e à superação. As pessoas agora querem explorar o corpo, ganhar mais consciência corporal e vencer novos desafios. É uma busca pela inteligência corporal”.

Misturando exercícios com o tecido acrobático, comumente utilizado em atividades circenses, com movimentos do balé clássico, o Ballet Fly foi desenvolvido com adultos iniciantes em mente, de forma a facilitar o aprendizado de pessoas com pouca ou nenhuma experiência em movimentos acrobáticos. “A percepção que tenho nesse pós-pandemia é a de que as pessoas estão mais decididas a investir no corpo e no treinamento corporal em busca da qualidade de vida”, diz Letícia.

Com um público majoritariamente feminino, a especialista destaca que a busca pela autoestima vai muito além de se sentir bonita. “Quando falamos em autoestima, a primeira coisa que pensamos é na estética, mas uma baixa autoestima pode estar relacionada a dificuldades em fases marcantes da vida. No tecido acrobático a mulher também pode encontrar um local seguro para superar desafios. É empoderador saber que você é capaz de, literalmente, se levantar sozinha”, comenta.

Letícia destaca que há dificuldade para quem está buscando iniciar uma rotina de atividades físicas pós-pandemia e que uma maior flexibilidade em horários é aliada na consistência. “Grande parte de nossos alunos tem uma agenda de trabalho e tarefas pessoais pouco estável, o que dificulta estabelecer horários fixos de treino. Quando entendemos da atividade física como um projeto para a vida, conseguimos pensar numa rotina de treino palpável na vida real”, finaliza.


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