Veja como a altura da cama pode influenciar a sua saúde e bem-estar

Veja como a altura da cama pode influenciar a sua saúde e bem-estar

Arquiteta aponta medidas recomendadas para cada faixa etária e traz soluções para quartos pequenos e funcionais

Correio do Povo
Tendência entre as camas box, o excesso de altura pode comprometer a mobilidade e a segurança dos usuários

Tendência entre as camas box, o excesso de altura pode comprometer a mobilidade e a segurança dos usuários

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Quando a altura da cama ultrapassa os limites recomendados, o simples ato de se levantar passa a exigir um esforço extra, como apoiar apenas as pontas dos pés no chão ou, até mesmo, realizar um pequeno impulso para alcançar o colchão. Movimentos como esses, aparentemente inofensivos, podem comprometer a postura e, a longo prazo, causar dores nas costas e nos joelhos, conforme analisa a arquiteta Cristiane Schiavoni.

“É uma questão funcional que as pessoas não estão se dando conta, mas é fato que as camas estão ficando mais altas e isso está passando como normal”, observa. Em detrimento às tendências da indústria moveleira, esse aumento vem sendo aceito de forma quase automática, deixando a segurança e comodidade em segundo plano.

A popularização das camas box é um dos fatores que explicam essa elevação, em que as dimensões e qualidades dos colchões acabaram se tornando prioridade, enquanto a altura ideal para as camas deixam de ser consideradas. “Não estou demonizando a cama box, mas sua medida média não acompanha um princípio básico do usuário, que é de acessá-la sem nenhuma dificuldade e, ao sentar-se, poder apoiar os pés no chão para o movimento de levantar”, aponta Cristiane.

Por outro lado, a profissional reconhece que essas camas oferecem vantagens práticas — especialmente os modelos com baú — e se tornam soluções funcionais em dormitórios compactos, onde o espaço de armazenamento é limitado. Nesses casos, a estrutura da cama pode substituir móveis maiores, liberando os armários para itens de uso cotidiano.

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Altura adequada para cada fase da vida

Segundo a arquiteta, as recomendações ergonômicas indicam que a altura da cama deve respeitar o biotipo e a faixa etária dos moradores. Para adultos, o recomendado é que esteja entre 45 e 55 cm, facilitando a mobilidade para levantar-se sem sobrecarregar coluna. Todavia, ela adiciona que, em casos específicos, é possível chegar até 60 cm, desde que ainda haja o apoio firme dos pés no chão enquanto o morador está na posição sentada.

Para crianças pequenas, o excesso de altura representa não só um desafio no acesso, mas também um risco potencial de acidentes. A recomendação é que a cama não ultrapasse os 40 cm de altura e que seja considerada a inclusão de proteções laterais, especialmente até os cinco anos de idade. Itens como tapetes, almofadas ou barreiras suaves no entorno também são indicados para reduzir os impactos em caso de quedas. A partir dos oito anos, já é possível considerar camas com altura padrão, como as de solteiro tradicionais.

Já para idosos, a atenção deve ser redobrada. Modelos box são desaconselhados, uma vez que a perda de mobilidade com o envelhecimento torna necessário um acesso mais simples e seguro. Em seus projetos, a arquiteta observa atentamente as necessidades e características individuais dos moradores para entender a medida mais apropriada.


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