Carnaval sem medos para o pet

Carnaval sem medos para o pet

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Em poucos dias muitas pessoas vão brincar e se divertir no Carnaval. Nossa maior festa popular é recheada de máscaras, serpentinas, trios elétricos, fantasias, baterias, fogos de artifício, confete e muitas outras coisas. O que para muitos é só alegria e diversão, para outros as festas podem se tornar um martírio. Foto_divulgacao


Estou falando dos tutores que tem pets com medo de barulhos. Afinal, bombas, fogos e biribas podem assustar os cãezinhos mais sensíveis, que não foram acostumados com esses sons. Esses bichinhos tremem, se escondem e não conseguem comer ou brincar.Foto_divulgacao1


Mas por que eles têm esse medo todo? Muitas pessoas alegam que seus cães têm a audição muito sensível e que, por isso, sons fortes podem causar dor no ouvido. Apesar de eles terem ótima audição não é por dor que ficam assustados. A verdadeira causa é a associação que os cães fazem dos barulhos altos com o perigo. Por isso, de maneira geral, instintivamente eles tentam fugir e/ou se esconder de tais sons. Antigamente, os antepassados dos cães que mais fugiram desses sons foram os que mais tiveram chances de sobrevivência e reprodução.


Treino de dessensibilizaçãoFoto_divulgacao2


Então, o que fazer? Primeiramente, é importante esclarecer que quando apresentamos o filhote a diversos sons, barulhos, objetos e pessoas, as chances de que ele desenvolva medo é muito menor. É o que chamamos de sociabilização, ou seja, acostumar o cão dos dois aos três meses de vida com coisas diferentes que ele vai conviver para o resto da vida, sempre fazendo associações positivas a esses estímulos.


Mas se o seu amigo de quatro patas já tem medo de barulhos, então precisamos iniciar o treino definindo quais sons assustam o peludo – bombas, fogos, trovões, secador, máquina de lavar, campainha etc. Após a definição do som, devemos controlar esse estímulo.


Grave (ou baixe da internet) o som assustador, para que você possa começar o treino de dessensibilização. Coloque o som para tocar no mínimo do volume, de modo que o cão mal possa ouvir o barulho. Escolha os petiscos e brinquedos favoritos do seu peludo e, enquanto o som é reproduzido, recompense o bichinho com brincadeiras e petiscos. Quando perceber que o pet está bem tranquilo, aumente um pouco o volume do som.


Faça tudo bem gradual, pois um susto nessa etapa pode retroceder o treino todo, até que possa colocar o som audível de forma que o cão ainda esteja brincando e se divertindo. Realize sessões de treino curtas e legais para que o peludo não fique entediado.


Outra dica legal, é utilizar balões ou biribinhas para acostumar o pet com os barulhos. Neste caso, comece estourando as biribas ou balões em um cômodo distante e incentive o peludo a comemorar, batendo palmas e festejando com ele. Associe o barulho a sensações positivas. Se ele se assustar, aumente a distância para que fique tranquilo e vá se aproximando gradualmente dos estouros. Paciência e sensibilidade são fundamentais! Comemore cada progresso.


À vontade


Em períodos como o Carnaval, Ano Novo e São João, permita que o cão tenha acesso livre a um local em que ele se sinta seguro. Você pode deixá-lo em um quarto que isole, de alguma maneira, os barulhos. Habitue-o a ouvir sons altos da TV, rádio ou mesmo música. Esses sons podem ser usados para “mascarar” os barulhos externos que você não possuí controle, como fogos de artifício. Um ambiente associado a uma pessoa que ele adora, também, pode deixá-lo mais seguro e confiante.


Com os barulhos estrondosos, é natural que o pet busque conforto do dono. Mas algumas formas de fazer carinho, mostrar compaixão ou sofrer junto com ele podem significar que você também está preocupado, reforçando seu medo. Tenha cuidado para nunca demonstrar que você se assustou com o barulho. Assim, você passa uma mensagem de que está tudo bem.


Minimizando o sofrimento


Uma alternativa paliativa é o método Tellington Touch (truque do pano ou amarração), que consiste em amarrar o cachorro com uma faixa para estimular a circulação sanguínea nas regiões extremas do corpo e, com isso, reduzir seu estresse.


É importante ficar atento aos quintais e varandas, pois o medo pode levar o peludo a tentar fugir, escalar portões ou pular de lugares altos. Revise estes locais e sempre mantenha o seu cão identificado.


Em casos mais graves, os donos de pets podem recorrer a medicamentos. Para isso, é preciso consultar um veterinário e fazer uma avaliação do caso. Um especialista em comportamento animal também pode ajudar a minimizar o estresse do bichinho. Conte com o suporte da Cão Cidadão!


Por Tiago Cardoso, adestrador da Cão Cidadão


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