Manifesto em defesa da vida

Manifesto em defesa da vida

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"Moro em um condomínio no bairro Teresópolis que fica cercado por terrenos privados, porém, um deles tem acesso livre em diversos pontos. Há cerca de um mês um indivíduo achou que seria uma ótima idéia colocar seus oito cavalos e mais um jegue para pastar em um morro com pasto não lá muito adequado, acho eu. Desde então, os cavalos seguem por lá, mas em um número reduzido atualmente, cerca de 4 cavalos. No final de semana passado, o jegue ficou amarrado bem em frente à minha casa, sem água, sem comida ou abrigo do sol e chuva. A cada meia hora ele gritava, nitidamente revoltado e sofrendo por estar amarrado naquelas situações. Assim foi de sexta até segunda-feira, gritando dia e noite. Na segunda-feira liguei para a Prefeitura de Porto Alegre e fiz uma denúncia a respeito do cidadão que invade propriedade privada para soltar seus animais, sem água e sem comida.



Hoje pela manhã, por muita sorte do destino, olhei pela janela e vi encostado no muro do condomínio, um cavalo branco deitado, virado em pele e osso e com feridas acima dos olhos e na anca esquerda, já cheias de moscas. Achando que o animal estivesse para morrer, acionei Polícia Militar, Bombeiros e Prefeitura, que de nada fizeram, a não ser empurrar um p/ o outro aquele tipo de situação. Incrédulo e revoltado com a atitude dos órgãos públicos, resolvi eu mesmo ir lá e levar água e comida para o animal. O pobrezinho bebeu um balde de 10 litros em questão de segundos e comeu todas as maçãs e cenouras que dei para ele. Queria ter dado mais comida para ele, mas não sei muito bem o que cavalos costumam ou não comer. Assim que ele comeu e bebeu, conseguiu se levantar e já saiu pastando novamente. Tentei dar mais um balde de água, mas ele não quis.


Não sei até quando ele irá aguentar novamente. O que não quero é ter de ligar para a prefeitura pedindo que venham recolher um cavalo morto. O irresponsável pelos cavalos aparece de vez em quando para alimentá-los com milho e realocá-los de lugar. Na maioria das vezes quem faz esse serviço são crianças, de no máximo 10 anos de idade, com um saquinho de milho nas costas. Por isso, peço a ajuda de vocês. Gostaria de saber se poderiam me ajudar a tirar aqueles cavalos de lá, ou pelo menos os mais prejudicados, e levá-los para um lugar melhor com pessoas melhores do que aquela que deixou eles ali até agora. Estou disposto a fazer o que posso para não deixá-los sofrendo dessa maneira. Queria muito ter uma fazenda ou sítio para tirá-los das mãos de pessoas como essas, que não se dão o respeito de tratar um animal tão lindo que é um cavalo com o mínimo de dignidade".

Autor: Um morador do bairro Teresópolis


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