A era da razão

A era da razão

Maior potência do planeta se integra ao combate ao aquecimento global

Renato Rossi

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Não há similaridades no buy american do governo anterior para o by american do novo governo dos Estados Unidos. Ambos querem que os americanos comprem produtos domésticos. Mas Joe Biden quer um país livre da poluição ambiental. E melhorar a qualidade do ar nos EUA, primeiro poluidor global, significa reduzir imediatamente as emissões dos gases que geram o efeito estufa. Biden enterra de novo o carvão ressuscitado que virou falso antídoto contra o desemprego. Mas o uso do carvão ampliou em 58% as emissões de gases tóxicos. Espera-se que a China, a magnífica poluidora, siga o exemplo. Porque nem adianta carro elétrico se o resto é movido a carvão. 

A indústria automotiva também não será a mesma. E o motorcade, ou “procissão de veículos”, do governo será modificado radicalmente. Saem os mamutes que voltarão para a idade do gelo. À frente o rei da poluição. Aquele Cadillac Escalade impressionante na cor negra e luzes piscantes que chefiava a comitiva e tinha até míssil nuclear no habitáculo. O novo governo quer carros elétricos na comitiva presidencial, e talvez o presidente opte pelo pequeno, mas eficiente, Bolt. Mas Mary Barra, presidente mundial da GM, já declarou que tem 25 modelos elétricos prontos para serem lançados até 2023. E já tem pronta a versão elétrica do suntuoso Escalade, cuja marca é da General Motors. Ufa, está salvo e até pode votar à ativa, totalmente silencioso, ainda bonitão, mas mais maduro e nada poluidor.

Mas nada há de irônico ou sarcástico no que Biden mostrou nesta semana para o mundo. Que a maior potência do planeta, com poder cultural e arsenal nuclear 100 vezes superiores à China, se integra ao combate que será sem tréguas ao aquecimento global.


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