A reprise do futuro

A reprise do futuro

Estratégica elétrica da Renault volta a se repetir depois de projeto histórico

Renato Rossi

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Para os milhares de jornalistas presentes ao Salão de Frankfurt de 2009, aquele dia, 15 de setembro, seria histórico. A imprensa francesa divulgara que a Renault lançaria uma linha de veículos elétricos, mas em 2009 o mercado europeu, que batia recordes de vendas, não renegaria o petróleo. 

O ranking dos carros mais vendidos na França naquele mês mostrava o interesse dos consumidores concentrado no petróleo. Os mais comercializados eram o Peugeot 206, 207, Renault Clio, Citroën Xsara, Renault Twingo, Citroën C3, Peugeot 307, 308, Ford Fiesta, Volkswagen Golf e Volkswagen Polo. O consumidor europeu não abria mão dos carros compactos e preferia a gasolina e o diesel. Na época, a questão climática não era tão urgente como hoje. 

Naquele Salão, a corajosa Renault apresentou uma linha completa de carros elétricos, num investimento de 14 bilhões de euros. O então presidente mundial da Renault, Carlos Ghosn, afirmou que aqueles quatro veículos elétricos que ali estavam sintetizavam o futuro da marca e da indústria automotiva. E Ghosn falou que a Renault teria 25% das operações globais voltadas ao carro eletrificado já em 2012. Os modelos apresentados eram o Twizy, Zoe, Fluence e Kangoo. 

Por razões que somente a Renault conhece, a ousada estratégia elétrica foi abandonada pela marca, que prosseguiu com a produção de alguns modelos de aceitação restrita e teve prejuízo diante do grande investimento. Mas fez história ao propor um mundo livre da poluição ambiental. Nesta semana, a Renault comunicou a inauguração de uma grande fábrica de baterias em Cléon, interior da França, num investimento de 700 milhões de euros. Tomara que este não seja aquele mesmo futuro anunciado em 2009 que não chegou.

 


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