Eletrificação e emprego

Eletrificação e emprego

Associação de produtores de componentes aponta a demissão de milhares com a eletrificação

Renato Rossi

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A Clepa é a associação dos maiores produtores de componentes automotivos do mundo, empresas com atuação global cotadas nas bolsas de valores aos trilhões de dólares. Emite boletins frequentes que recebem atenção da indústria automotiva, governos, associações de classe e mídia. No último comunicado, o carro elétrico é colocado sob o ângulo da manutenção do emprego. Os dados mostram que o elétrico será o maior gerador de desemprego na Comunidade Europeia, num futuro próximo. 
Os dirigentes da entidade, como a secretária-geral, Sigrid De Vies, logicamente não se opõem às rígidas regras ambientais da Europa, relacionadas ao aquecimento global. No entanto, a associação solicita que a transição para o carro elétrico seja desacelerada. A finalidade é a readequação da produção e da cadeia de fornecedores às novas exigências geradas pela eletrificação. 

Segundo estatísticas da Clepa, até 2040 serão criados 226 mil novos empregos relacionados à produção do carro elétrico. Em contrapartida, 273 mil empregos serão eliminados na mudança da tecnologia, que torna obsoleta grande parte dos empregos atuais. Sigrid citou que a missão da iniciativa privada e dos governos é evitar a qualquer custo uma situação injusta para milhões de trabalhadores que nas últimas décadas se empenharam na evolução em direção à sustentabilidade. Trabalhadores que tornam a mobilidade elétrica cada vez mais acessível a milhões de consumidores. 

Mas há espaço para outras tecnologias na direção do carbono zero. As tecnologias híbridas que utilizam combustíveis sintéticos, o hidrogênio “verde” e os combustíveis renováveis. Uma solução imediatista que só privilegia a eletrificação é um erro.

 


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