Jeep Compass - O raio caiu duas vezes

Jeep Compass - O raio caiu duas vezes

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Jeep Compass 3

Diz o dito popular que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Mas no caso da Jeep o raio caiu por duas vezes na unidade industrial de Goiana, no Ceará, onde são produzidos os dois crossovers vencedores da Jeep: o Renegade, que chegou primeiro e o recém lançado Compass. É difícil que uma montadora acerte em dois ou três produtos em sequência. Mas quem pensava que o excelente “handling” ou dirigibilidade do Renegade se encerrasse nele, se enganou. O “raio” desviou a rota e caiu no mesmo lugar: o Compass é ótimo e sua dirigibilidade nada fica a dever ao Renegade. Ao contrário, no uso urbano a leveza e comportamento suave e gentil do Compass o coloca a frente do Renegade. Na rodovia para percursos mais exigentes com curvas difíceis, a performance do Renegade é mais sólida, consistente. O marketing da Jeep direcionou o Renegade mais para os lados tortuosos do “offroad”.

Através de suspensões mais rígidas, da reduzida “rolagem” (rolling) lateral da carroceria que o torna extremamente competente em curva e terrenos irregulares. Mas convém lembrar que a Jeep não optou pelo reducionismo tecnológico do eixo de torção na traseira, optando pela mais sutil e tecnológica suspensão multilink, de braços múltiplos, que é mais flexível e mostra um alto nível de grip ou agarramento ao solo. Mas ao rodar ao lado do diretor de engenharia experimental da Jeep no Brasil, na exigente pista para o “fora de estrada”, localizada na imensa área da unidade industrial de Goiana, deu para sentir o quanto é capaz este Compass no fora de estrada: ultrapassou subida a mais de 45 graus, ficou em “X” sobre vala funda, ignorou um piso miserável de pedras pontudas e até vadeou por lago artificial como uma lancha segura. Tudo garantido pelo XTated que o Renegade e o Compass tem impresso na carroceria e que significa que passaram pelos testes “demolidores” que a Jeep promove em seu campo de provas no Estado da Califórnia.

Jeep Compass_7A marca da Jeep é da competência com segurança, principalmente no uso “offroad”. E a tecnologia voltada a segurança ativa do programa eletrônico de estabilidade e sistema de anticapotamento do Compass, garante um nível de segurança ativa excepcional. Mas aquele “grauzinho” a mais de consistência no rodar superseguro do Renegade, citado, vem das suspensões mais rígidas com menor curso em relação ao Compass. Mas para quem gosta de se sentir “o tal” no habitáculo, o veículo recomendado sem dúvida não é o Renegade, cujos bancos mais rentes ao “chão” e cintura alta, praticamente “escondem” o motorista. Já o Compass coloca o motorista numa posição elevada atrás do volante. Com ampla área envidraçada à disposição, este se sente mesmo o “king of the road”, o “rei da rodovia”. O Compass movido pelo ótimo motor turbo diesel 2.0 com 170 hps, chega fácil aos 200 quilômetros horários com bom nível de estabilidade direcional na alta velocidade. Mas a elevada altura em relação ao solo não o torna imune a ventos laterais que podem desestabilizar o veiculo. E nenhum SUV ou crossover deve ser utilizado na alta velocidade abusiva devido ao alto centro de gravidade.

Um crossover, apesar dos recursos eletrônicos como o providencial programa eletrônico de estabilidade tem 10 vezes mais probabilidade de capotar em relação a um sedan de última geração. E o motorista deve se lembrar disto quando conduz um crossover, não importando a marca e modelo. Para o Compass e o Renegade há agora o motor Tiger Shark à gasolina, com origem na Chrysler norte americana. Este tem comando de válvulas com abertura variável e injeção direta de combustível nos cilindros. Tem 166 hps e quase nada fica a dever ao diesel 2.0 na performance. A vantagem do diesel turbo e o melhor aproveitamento do motor nas baixas rotações com torque disponível já aos 1.500 giros. No Tiger Shark a faixa de utilização do torque inicia aos 3000 giros, mas a partir daí o motor é só ”empuxo”. O câmbio no Compass, mas também no Renegade, pode ser o manual e automático com seis velocidades ou 9 velocidades como opcional.

O Compass testado pelo Carros & Motos do Correio do Povo, tem motor 2.0 com 170 hps. Dos dois motores é o de melhor desempenho, sem duvida. O nível de conforto interno do Compass é excelente e inclui um novo “design ultra ergonômico” dos bancos dianteiros. Principalmente do banco do motorista que foi projetado com ajuda da área de ergonomia humana da Agencia Espacial norte americana. E isto não é usual na indústria automobilística. Demonstra o quanto a Jeep se “esmerou” no projeto deste novo Compass que pode ser definido como um produto acima da média. O raio caiu, sim, duas vezes no mesmo lugar e a Jeep tem agora o consagrado Renegade e o futuro campeão de vendas Compass. Sortuda este Jeep.

Por Renato Rossi

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