Mustang e sua trajetória vitoriosa

Mustang e sua trajetória vitoriosa

Novo modelo GTD conseguiu pódio na estreia em Le Mans

Renato Rossi

Novo modelo ganhou versão de competição

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O Ford Mustang é um ícone no mercado automobilístico global. Junto ao Ford GT 40, foi o único carro norte-americano a vencer as 24 horas de Le Mans. Em junho de 2024, três Mustangs preparados da lendária divisão Ford Performance competiram na Classe LMGT3 para carros produzidos em série. Na performance tecnológica superior do Mustang e no talento dos pilotos Giorgio Roda, Mikkel Pedersen e Denis Olsen, o Mustang conquistou o terceiro lugar na categoria de carros de produção. Denis Olsen destacou a eficiência do Mustang: "Após as primeiras voltas, ficou claro que tínhamos um excepcional conjunto mecânico. Sentir gradativamente os limites cada vez mais elevados do Mustang nos deu confiança e motivação para alcançarmos o pódio."

Para a Ford e seu Chairman of the Apex, Bill Ford, estar de volta ao pódio em Le Mans após a histórica vitória do Ford GT 40 em 1966, derrotando a Ferrari, foi um supremo orgulho para os norte-americanos. A Ford venceu os europeus em seu mais difícil campo de batalha, as 24 horas de Le Mans.

Giorgio Roda, Mikkel Pedersen e Denis Olsen no pódio | Foto: Ford Motors / Divulgação CP

Entretanto, vitórias no mundo da competição não renderam dividendos financeiros no segmento de carros de passeio. O GT 40 que venceu em Le Mans era um super esportivo complexo na tecnologia, que devido ao alto custo, não se prestava à produção em massa. Antes da histórica vitória em Le Mans, desde 1964, o Mustang era o carro esportivo para a ampla classe média.

A construção do mito

O norte-americano da classe média comprou o Mustang em 1964, ano do lançamento, por pouco mais de 2 mil dólares, equivalente a 24 mil dólares em 2024. Embalada pelas vitórias do GT 40 em 1967, a Ford resolveu ampliar a performance do Mustang através da constante evolução tecnológica e formal, resultando em modelos que, a partir dos anos 70, receberam mais elogios do que críticas da imprensa especializada. Os investimentos milionários em marketing e publicidade também ajudaram a forjar o mito Mustang, como a ousada participação de um Mustang GT 1968, com motor V8 de 325 hp, no filme de ação Bullitt de 1968. O filme apresenta uma perseguição automobilística implacável pelas ladeiras da cidade de São Francisco, onde o Mustang se destaca em performance enquanto o Dodge Charger dos vilões capota e explode.

O Mustang GT 1968, devido ao filme Bullitt, teve suas vendas disparadas no mercado norte-americano. Até hoje, os Mustang GT 68 fastback em bom estado valem milhões de dólares globalmente. O GT utilizado no filme foi vendido pela famosa casa de leilões Mecum Auctions em 2023 por 4 milhões de dólares. O elevado preço do Mustang no mercado brasileiro não diminui a alta demanda pelo modelo, com Mustangs usados alcançando altos preços de venda.

O mito Mustang, nestes últimos 60 anos, teve centenas de edições que receberam críticas e elogios. A alta demanda pelo Mustang na Europa e até na China mostra que a Ford soube evoluir o produto sem descaracterizá-lo. O lançamento recente do modelo GTD demonstra que a evolução em design e tecnologia continua a seduzir.

Modelo de rua do Mustang GTD | Foto: Ford Motors / Divulgação CP

O Espetacular GTD

A Ford apresentou no início de julho na Europa a última versão do Mustang: o belo e ousado GTD, que integra as Carbon Series originadas na divisão de competição Ford Performance. Essas versões super esportivas podem facilmente atingir 300 quilômetros por hora. Alguns desses modelos, como o Mach One, foram testados na editoria de Carros e Motos do Correio do Povo, onde deixaram suas impressões como carros que podem ser muito agressivos na performance dos motores V8, mas também não negam a origem de serem versáteis no uso diário, não exigindo um piloto profissional.

O Mustang GTD integra um motor V8 de 5.2 litros superalimentado com cárter seco, carroceria em fibra de carbono, transmissão traseira de 8 velocidades com dupla embreagem, eixo de transmissão de fibra de carbono e freios de competição de carbono e cerâmica, garantindo um alto nível de segurança ativa e passiva. O GTD possui suspensões ativas que se adaptam em tempo real às condições do terreno, e a fibra de carbono reduz o peso do carro em mais de 100 quilos, ampliando sua velocidade máxima para 306 quilômetros por hora, tornando-se o Mustang mais veloz em 60 anos.

A ergonomia do GTD é voltada para a esportividade, com bancos Recaro especiais que abraçam o corpo e ajudam o motorista a manter o foco em cada curva da estrada ou nas chicanes e raios de curva desafiadores dos autódromos. O heritage da Ford está presente em detalhes tradicionais no habitáculo.


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