O inédito Hyundai Creta
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Em 22 de setembro de 2012 chegava ao mercado brasileiro o hatchback HB20 com “HB” significando Hyundai do Brasil. Resultado de um trabalho de pesquisa junto aos consumidores brasileiros que durou quatro anos, o HB20, acrescentou ao segmento de entrada aquilo que ele não tinha, a beleza e sensualidade no design. E a sedução ainda no showroom ajuda a vender o HB20 ate hoje. Quatro anos após o lançamento o HB20 é grande sucesso de vendas, que mesmo na crise não fica abaixo das 10 mil unidades mensais comercializadas no Brasil. Mas em relação ao Creta que acaba de chegar? O crossover é produto global não derivado do HB20 e chega ao mercado brasileiro em meio a intensa competitividade entre os crossovers preferidos como o HR-V e Renegade. Enquanto crescem as vendas do Nissan Kicks e chega logo o belo Captur da Renault. Por enquanto, Renegade e HR-V são sucessos absolutos de vendas e serão as pedras traiçoeiras no caminho do Creta. Tem condições de enfrenta-los? A resposta veio nos 150 quilômetros rodados com um Creta cedido pela concessionaria Carway.
O Creta teve seu design adaptado ao gosto brasileiro, que difere completamnte do gosto dos indianos que o compram desde 2014. O design para o Brasil substitui o cromado da grade dianteira do modelo indiano por preto fosco mais esportivo, bem ao gosto do consumidor brasileiro. Mudou também o design dos para-choques e dos arcos das rodas que ficaram mais impositivos na versão local. Há ainda a inclusão de vincos de expressão mais fortes e profundos nas laterais, ausentes no modelo comercializado na Índia a partir de 2014. As mudanças estéticas deram certo e o Creta brasileiro, embora discreto na aparência, ficou mais robusto e impositivo. Mas de nada valeria “a aparência sem substância”, afirma a sabedoria popular.
Nos 150 quilômetros rodados em circuito urbano e rodoviário, deu para sentir que o crossover Creta tem, sim, muitas qualidades. A começar pela rigidez da plataforma que é mesma do sedan Elantra, um grande sucesso de vendas no primeiro mundo. Há rigidez torsional também na carroceria, feita a partir de aço ultra resistente, necessário neste país que “quebra carros”. As suspensões são uma tradicional McPherson na dianteira com eixo de torção na traseira. Estão muito bem calibradas para a difícil condição de rodagem do Brasil e não se intimidam diante de buracos e depressões. São suspensões que até amenizam aqueles “impactos profundos”. Por exemplo, quando o motorista distraído passa em velocidade elevada pelo “quebra molas”. Outro destaque positivo: o motor 2.0, aspirado, com 160 hps, comando duplo variável de válvulas que propicia maior ganho energético, aceleração e torque linear, ajudado pelo câmbio automático com seis velocidades e marchas bem escalonadas.
O torque surge aos 1500 giros e isto facilita o uso urbano, mas também torna seguras as ultrapassagens rodoviárias. Basta “pisar fundo” no acelerador para que o duplo comando de válvulas na admissão e escape “entenda” que o torque é urgente. Este câmbio automático dispensa o “chatíssimo” kickdown, que na pressão total do pé direito reduzia as marchas à procura do torque que demorava demais. Esta “pseudotécnica”, associada a uma tecnologia falha e imatura, gerou muitas mortes nas rodovias do mundo. No HB20, o câmbio e o duplo comando variável oferecem um torque potente em qualquer faixa de rotação e condição de uso. Não foi feita aferição de economia de combustível. Mas por ser dotado de star & stop ou desligamento automático do motor, o Creta, segundo a Hyundai, não faz menos do que 12 quilômetros por litro em circuito urbano. No habitáculo com elevado padrão de acabamento, a ergonomia prevalece. E o motorista conduz o Crossover numa posição elevada extremamente confortável. A ampla área envidraçada também permite ótima visualização do “em torno”.
Na dinâmica do veículo, há excelente estabilidade direcional e a carroceria que não “rola” ou inclina em excesso nas curvas. Como o teste foi em vias púbicas, o Creta não foi levado a limites muito elevados. Todas as versões do Creta têm programa eletrônico de estabilidade e controle de tração. Na versão Prestige, topo de linha testada, são seis air bags. Os freios em todas as versões são a disco de grande diâmetro na dianteira, com tambor na traseira. E foram eficientes em frenagens pânicas realizadas no teste de rodagem. A Hyundai espera vender 3500 unidades do Creta mensalmente. Pela qualidade do produto é possível.
Por Renato Rossi
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