Burocracia fílmica

Burocracia fílmica

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umhomemBaseado em fatos reais, "Um Homem entre Gigantes" ("Concussion"), direção de Peter Landesman, mostra a luta de um médico contra a poderosa NFL, a liga de futebol norte-americana. Em meados da década passada, o dr. Bennet Omalu (Will Smith), neuropatologista forense, após constatar a morte de um ex-esportista, descobre que os jogadores do esporte sofrem reações tardias com os choques produzidos durante uma partida - muitos deles acabam se suicidando.


Mas como vencer um forte conglomerado como a NFL, cujos executivos não aceitaram o diagnóstico de Omalu, que além de tudo era um estrangeiro e nem um pouco interessado no esporte predileto dos americanos? E nisso o filme se perde um tanto. A história é contada de forma burocrática, com Will Smith, que sem dúvida é um bom ator, fazendo caras tristes e voz doce, e seu envolvimento com a futura esposa é muito pouco desenvolvido, não provocando nenhuma empatia com o público.


"Um Homem entre Gigantes" abusa do didatismo, do bom-mocismo do médico e do mau-caratismo dos dirigentes da NFL. E apesar de Omalu ser negro, o racismo não se faz presente. Num mundo real, alguém diria: "o que este negro quer fazer?". Aqui nada. E Omalu, por seu estilo de vida e atitudes, merecia ser comparado a madre Tereza de Calcutá.

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