Espírito de Família

Espírito de Família

Filme mescla realidade e fantasia para falar de perda familiar


Chico Izidro

Escritor egoísta passa a receber a visita do fantasma de seu pai e tem de repensar suas atitudes

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Alexandre (Guillaume de Tonquédec) é um escritor bem-sucedido, mas afastado dos familiares. Em um final de semana passado com eles na bela casa de campo de seus pais, o escritor se incomoda por não poder escrever suas histórias em paz. Alexandre decide se isolar numa cabana, e a atitude só reforça sua fama de pessoa fria e egoísta. O seu pai, Jacques (François Berleand), tenta lhe chamar a atenção para isso, mas ele nem bola.

O que acontece em seguida? Jacques sofre um ataque cardíaco e morre em sua frente. Este é o mote para “Espírito de Família” (L'Esprit de Famille), direção de Éric Besnard, que também é o roteirista. Após o funeral do patriarca, a família parece perdida, a mãe Marguerite pensa em vender a bela casa campestre. E Alexandre começa a ser visitado pelo espírito de seu pai, que surge para dar conselhos ao filho – ele é tão sisudo, que não consegue nem mesmo sorrir quando está conversando com o filho pré-adolescente.

Mas Alexandre não quer ser tachado de louco e esconde dos familiares que tem visto o fantasma do pai. E quando decide contar para o irmão, Vincent, é tachado de egoísta, só olhando para o próprio umbigo e tentando chamar a atenção em momento tão triste para todos. “Espírito de Família” não traz nada de novo, mas faz o espectador refletir, pois o quanto é destrutivo se manter à margem dos entes queridos. Além disso, Besnard consegue evitar que sua obra, classificada como comédia dramática, caia em armadilhas fáceis, não se transformando em um pastelão bobo. E o filme ainda tem um visual esplendoroso – o que é a casa de campo mostrada no filme? Qualquer pessoa desejaria morar em lugar tão paradisíaco.

O filme está disponível nas principais plataformas digitais.

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