História real celebra a liberdade

História real celebra a liberdade

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O drama “12 Anos de Escravidão”, dirigido pelo britânico Steve McQueen (homônimo ao ator falecido em 1980, mas sem nenhuma relação com ele)
apresenta, em duas horas e 15 minutos de duração, a jornada de um negro que sofreu diversas injustiças, Solomon Northup, e é baseado no livro que
o próprio escreveu em 1853 contando sua história real. O ator Chiwetel Ejiofor interpreta esse protagonista, atuação que lhe garantiu sua
primeira indicação ao Oscar de Melhor Ator de sua carreira. A história se passa nos Estados Unidos, em meados do século XIX e antes da Guerra Civil. Solomon Northup era um negro livre e vivia no estado de Nova Iorque. Era casado e tinha duas filhas e sobrevivia como músico. Em uma noite, ele é sequestrado por integrantes de uma máfia de mercadores de pessoas e enviado ao Sul, onde o regime escravocrata era a base da produção do algodão e do açúcar. Com sua identidade alterada, é vendido como escravo. Passa a ser tratado com a crueldade típica do período e que ganha sua personificação mais aguda no patrão interpretado por Michael Fassbender (que já trabalhou por duas vezes com McQueen). Solomon luta não só para sobreviver, mas para manter sua sanidade e dignidade. E, quando tudo parecia perdido, um encontro com um canadense (Brad Pitt em breve participação) será o único sopro de esperança do escravo.

“12 Anos de Escravidão” foi ganhador do prêmio de Melhor Filme/Drama do Globo de Ouro (premiação da Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood), entre outros troféus. É realmente um drama contundente e foi indicado a nove categorias no Oscar (Ator para Ejiofor, Ator Coadjuvante para Fassbender, Atriz Coadjuvante para “ Lupita Nyong”o, Figurino, Direção, Edição, Direção de Arte e Roteiro Adaptado).

A temática da escravidão, já abordada diversas vezes no cinema, ganha um novo enfoque e traz à tona crimes ainda atuais, como o tráfico de pessoas
e o racismo. A atuação conjunta do elenco é realista e intensa. O filme retrata ainda a cultura dos estados sulistas norte-americanos, como Louisiana no século XIX, e apresenta questões como a musicalidade como forma de unidade e resistência frente a um regime opressivo. É uma narrativa que celebra o direito mais sagrado para qualquer pessoa, além, obviamente, da própria vida: a liberdade.

Adriana Androvandi

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