O Diário de Anne Frank

O Diário de Anne Frank

Filme de 1959 retrata isolamento forçado de oito pessoas para fugir dos nazistas

Chico Izidro

Filme transmite claustrofobia no esconderijo dos Frank em Amsterdã

publicidade

Se estamos há três meses vivendo em quarentena, mas não tão forçada assim, pois de vez em quando dá para dar uma escapada nas ruas, usando máscara e álcool gel, imagine ter passado pela situação da família judia-alemã Frank, que teve de ficar dois anos trancada em um sótão de um prédio em Amsterdã, ao lado de outra família, para escapar da perseguição nazista?

Falo do filme “O Diário de Anne Frank”, dirigido por George Stevens (Assim Caminha a Humanidade e Os Brutos Também Amam), de 1959, e baseado no famoso livro da adolescente, morta pelos nazistas no campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha, em 1945. O filme também teve como base a peça de teatro da Broadway, e é uma obra difícil de se assistir.

Claustrofóbico, “O Diário de Anne Frank” mostra a rotina estressante de Anne (a estreante Millie Perkins), uma garota de 13 anos, que vive no sótão secreto de um estabelecimento comercial, juntamente com seus pais, Otto (Joseph Schildkraut) e Edith (Gusti Huber), e sua irmã Margot (Diane Baker). Não bastasse o espaço reduzido, escondido atrás de uma estante, outra família judia, os Van Daan, composta por Hans (Lou Jacobi), Petronella (Shelley Winters), Peter (Richard Beymer) e um dentista idoso, Albert Dussell (Ed Wynn), passam a viver com eles.

Durante dois anos, todos têm de conviver juntos, seguindo uma rotina que a nossa quarentena é fichinha. Durante o dia, não podiam fazer nenhum barulho, pois o prédio era comercial e lá embaixo haviam funcionários – um deles acabaria delatando o grupo para a Gestapo em 1944. Então as pessoas no esconderijo ficavam nervosas, passavam a se odiar. Anne, que sonhava em ser escritora, registrou cada momento em seu diário, apelidado de Kitty. Ali escreveu sobre seus sonhos, projetos, desejos e medos.

Nestes dias que vivemos, rever ou ver pela primeira vez este filme de 1959 se faz necessário. “O Diário de Anne Frank” é uma daquelas obras que desnudam os horrores do Holocausto a partir da visão de uma jovem alijada de sua vida na Holanda. E certamente nunca mais vamos reclamar deste nosso lockdown, se comparado ao que eles passaram, e que acaboiu de forma trágica.

Leia demais posts do blog


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895