Para ver a dois

Para ver a dois

O filme é uma comédia romântica com toques de reflexão sobre a contemporaneidade dos laços afetivos da Modernidade Líquida de Zygmunt Bauman.

Marcos Santuario

Filme aposta na análise do relacionamento maduro, com casal que vive momentos diferentes após ficarem sozinhos com a saída do filho de casa

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          "UM AMOR INESPERADO", de Juan Vera, tem uma temática que pode ser incômoda para certos casais. No longa, Ricardo Darín e Mercedes Morán são Marcos e Ana, um casal que, após 25 anos lado a lado, começa a questionar o matrimônio. Repleto de muito diálogo e alguns lugares comuns, o filme ganha força com a saída do único filho de casa. É quando o casal precisa lidar com uma série de situações que vêm à tona quando estão a sós e passam a se perguntar se ainda estão apaixonados ou se apenas acostumaram-se a continuar juntos. A tal crise exitencial leva à separação por comum acordo. As questões levantadas pelos personagens podem fazer parte da vida que qualquer casal, por isso a possibilidade de incômoda e provocadora empatia. Mas pode também resultar em momento de autoanálise. 

         

          Ao envolver-se com a nova vida de solteiros, intensa e fascinante no começo, logo reencontram suas dúvidas. Surgem os questionamentos de amor e fidelidade. Com um Darin potente e absolutamente reconhecível, ao lado da visceralidade com ternura de Mercedes Moran, o filme se desenvolve sem sobressaltos ou provocações mais pesadas. Torna-se comédia leve e romântica, com toques de reflexão sobre a contemporaneidade dos laços afetivos da Modernidade Líquida de Zygmunt Bauman. Para ver a dois.

 

 

 


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