Simulacro da dor

Simulacro da dor

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O cinema serve muito para contar histórias e estórias. Trazer os fatos e, por vezes, dramatizar com as licenças poéticas necessárias. As vezes funciona. Outras não. Uma das tentativas atuais é "O Dia do Atentado", de Peter Berg, que remeto o espectador ao momento de dor e desespero durante as Olimpíadas de Boston, capital de Massachusetts, em meio ao atentado que deixou três mortos e 264 feridos no dia 15 de abril de 2013.

A trama reconstrói um antes, apresenta um durante e mostra algo do que aconteceu depois do atentado. Com um papel protagônico na realidade, o policial Tommy Saunders ganha o cinema na pele do ator Mark Wahlberg, quem personaliza a garra, o desconcerto e o sofrimento envolvidos nas relações naquele momento nos EUA. Mesmo que o público tenha visto nos noticiários da época, hoje, quatro anos depois, a reconstrução de fatos trazem a possibilidade de criar empatia com aquelas pessoas que foram vítimas de duas bombas caseiras, feitas com panelas de pressão por uma dupla de terroristas devotados à causa islâmica.

Era a 117ª edição da mais antiga maratona dos Estados Unidos, cercada de energia e patriotismo, rompidos somente pelo ataque planejado e executado pelos irmãos Tamerlan e Dzhokhar Tsarnaev. As referências a tragédia de 11 de setembro de 2001, com as Torres Gêmeas de Nova Iorque são muitas durante o filme, mas o foco central está em explorar os bastidores da ação e a caçada aos terroristas.

É aí onde o filme cresce em tensão e ao estilo suspense e thriller empolgante. Também há depoimentos de sobreviventes, assumindo confessadamente o tom de tributo às vítimas e aos cidadãos que se solidarizaram para superar um momento traumático em suas vidas.

No visto na imprensa na época do atentado, após se entregar, o terrorista sobrevivente  confessou ter colocado as bombas no local das explosões. Foi condenado à morte e ainda aguarda o julgamento de um recurso da sentença.  O filme toma alguns atalhos. Documentário puro é outra coisa. Este nasceu para empolgar, enquanto emociona e faz refletir.

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