A força das mulheres no Globo de Ouro

A força das mulheres no Globo de Ouro

Lou Cardoso

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O Globo de Ouro 2019 serviu muito mais do que premiar os destaques do cinema americano, mas para ser palco de uma representatividade que está cravando o seu território em Hollywood. Começando pela apresentadora da cerimônia, Sandra Oh. Ao lado de Andy Samberg, a atriz foi a primeira mulher com ascendência asiática a ser apresentadora da história da premiação. Além disso, ela também conquistou o prêmio de Melhor Atriz de Série Drama, por Killing Eve, e com isso, fazendo história duas vezes na noite.

Em seu discurso, a eterna Cristina Yang da série Grey’s Anatomy comemorou e dedicou a estatueta aos seus pais que estavam na plateia assistindo tudo bem de pertinho. “Eu disse sim ao medo de estar neste palco hoje à noite porque queria estar aqui para olhar para este público e testemunhar esse momento de mudança. Não estou enganando a mim mesma porque talvez no ano que vem seja diferente; provavelmente será. Mas agora, este momento é real”, comemorou.

Sandra Oh é canadense e de família de imigrantes coreana. Ela já tinha ganhado o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante pela sua personagem em Grey’s Anatomy em 2006.

Outra merecedora de aplausos da noite foi Regina King, que foi premiada como Melhor Atriz Coadjuvante pelo seu papel no filme Se a Rua Beale Falasse. Ela reforçou o pedido para que tanto a indústria cinematográfica quanto qualquer outro espaço se comprometa com o discurso de igualdade e inclusão de mulheres.

“Eu desafio qualquer um que esteja em uma posição de poder, não apenas em nossa indústria, mas em todos os setores. Eu desafio vocês a desafiar a si mesmos e fazer o mesmo. A razão pela qual fazemos isso é porque entendemos que nossos microfones são grandes e estamos falando por todas. E eu quero dizer que vou usar a minha plataforma agora mesmo para dizer que nos próximos dois anos, tudo que eu produzir será 50% feito por e com mulheres”, afirmou.

E para encerrar a cerimônia em seu grande ápice, Glenn Close fez todo mundo se emocionar com seu discurso. Incrédula com a sua vitória em Melhor Atriz Drama pelo filme A Esposa, a atriz de 71 anos mostrou que a estatueta era um simbolo do que fez pela sua vida e carreira no cinema.

“Penso em minha mãe, que foi submissa ao meu pai a vida toda. Aos 80 anos, ela me disse, ‘sinto que não conquistei nada’. Isso não estava certo. Esperam que nós mulheres tenhamos filhos e nos casemos, tenhamos algum parceiro. Mas temos que encontrar nossas realizações. Temos que realizar nossas vidas. Seguir nossos sonhos. Nós temos que dizer: eu sou capaz disso e tenho o direito de fazer isso. Quando eu era pequena eu me sentia como Muhammed Ali, que estava destinado a ser um boxeador. Eu sabia que estava destinada a ser uma atriz. Em setembro, irei completar 45 anos de carreira e não posso imaginar uma vida mais maravilhosa”, encerrou sob muitos aplausos.


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