Artista plástica denuncia aumento da violência contra mulher em exposição

Artista plástica denuncia aumento da violência contra mulher em exposição

Graça Craidy inaugura mostra "Feminicidas - O machismo que mata" no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo

Lou Cardoso

Exposição de Graça Craidy retrata aumento da violência contra mulher

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Os autores da violência contra a mulher é o tema da exposição da artista plástica Graça Craidy. A mostra "Feminicidas - O machismo que mata" estará exposto a partir da próxima quinta-feira, no Foyer da Sala O Retrato, no 4º andar, do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, em Porto Alegre (rua dos Andradas 1223, Centro Histórico). 

Inspirada em casos reais, a Graça busca, com isso, denunciar uma verdade estarrecedora: os assassinos de mulheres, em sua maioria, são seus próprios maridos, companheiros, namorados e ex, movidos pela falsa certeza machista de posse e superioridade sobre suas companheiras. Quando elas se separam, eles as assassinam, reforçando a crença de que são seus proprietários.

• Feminicídio: uma ameaça constante e próxima

“Nessa exposição, foco na figura dos maridos e ex para enfatizar duas coisas: que os feminicidas estão em todas as classes sociais e faixas etárias; e que a liberação de armas, no Brasil, com a nova lei, vai facilitar o crime e aumentar ainda mais o número de vítimas, que hoje já atinge 40% só com armas de fogo. É uma tragédia anunciada”, protesta a artista.

Desde 2014, Graça Craidy tem se aliado à conscientização sobre feminicídio em suas pinturas, criando várias séries com denúncias da violência contra a mulher e mostrando, em suas telas, a dor e o horror provocado nas vítimas desse tipo violência. Desta vez, a artista escolheu retratar quem pratica esses crimes: os homens.

Com entrada franca, a exposição vai até o dia 11 de maio, de terças a sábados, das 10h às 19h.

Estatísticas

Os números confirmam que os crimes contra a mulher estão em ascensão no País. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que 12 mulheres são mortas por dia no Brasil vítimas desse tipo de crime. E, no último ano, a situação se agravou, com uma explosão da violência contra a mulher entre 2017 e 2018.

O balanço do Ministério dos Direitos Humanos – agora Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, mostra que a média mensal de agressões contra as mulheres subiu 24%.

No Rio Grande do Sul, os dados também revelam um agravamento da violência. Foram 117 assassinatos enquadrados como feminicídios em 2018, um aumento de 40,9% em relação ao ano anterior, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública. No mesmo período,  o número de tentativas de feminicídio cresceu 9,5% no Estado.


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